Relatório acusa Rússia de ter dados comprometedores sobre Trump. Kremlin nega

Trump e Barack Obama foram informados pelos serviços secretos da existência de um relatório que acusa a Rússia de ter dados pessoais e financeiros sobre o Presidente eleito. Trump fala em "caça às bruxas e Kremlin nega.

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Donald Trump vai assumir a presidência no próximo dia 20 de Janeiro Reuters/MIKE SEGAR

O ponto de partida foi dado pela CNN ao noticiar, na terça-feira à noite, que os serviços secretos dos Estados Unidos tinham entregue a Donald Trump e a Barack Obama um relatório que denunciava que a Rússia teria informações comprometedoras sobre o Presidente eleito dos EUA. O relatório terá sido cedido ao FBI pelo senador norte-americano John McCain, avança o Guardian. A polémica surge dez dias antes da tomada de posse de Donald Trump.

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O ponto de partida foi dado pela CNN ao noticiar, na terça-feira à noite, que os serviços secretos dos Estados Unidos tinham entregue a Donald Trump e a Barack Obama um relatório que denunciava que a Rússia teria informações comprometedoras sobre o Presidente eleito dos EUA. O relatório terá sido cedido ao FBI pelo senador norte-americano John McCain, avança o Guardian. A polémica surge dez dias antes da tomada de posse de Donald Trump.

As informações alegadamente comprometedoras constavam num anexo do relatório apresentado que dava conta da ingerência russa nas eleições presidenciais norte-americanas do passado mês de Novembro. John McCain, que foi informado separadamente da existência destes documentos, entregou-os ao director do FBI, James Comey, ainda em Dezembro, escreve o Guardian. Contudo, só na semana passada o FBI se reuniu com Obama e Trump.

A CNN deu a notícia da existência deste anexo do relatório, mas não divulgou o seu conteúdo – assim como outros meios de comunicação americanos – alegando que continha informação que não era possível de ser confirmada, nem pelo próprio FBI. Contudo, o site noticioso BuzzFeed publicou o relatório na íntegra, gerando uma enorme discussão nos EUA.

Estas informações pessoais e comprometedoras sobre Trump teriam sido compiladas por um antigo espião britânico que cooperava com as agências norte-americanas. Os serviços secretos dos EUA decidiram incluir estas informações num anexo para alertar Trump quanto aos riscos de uma possível divulgação desses dados por parte da Rússia.

Desse relatório constam informações datadas de 2013, quando Trump esteve em Moscovo para apresentar o concurso Miss Universo ou até informações de que Carter Page, ex-conselheiro de Donald Trump, tinha sido informado em Julho por um funcionário dos assuntos internos russos de que Moscovo tinha material comprometedor sobre o republicano.

Donald Trump reagiu à polémica, mais uma vez, através de uma publicação no Twitter, considerando que se trata de "notícias falsas" e de uma "total caça às bruxas política".

Kremlin nega

O Kremlin, tal como Trump, já negou as informações contidas no relatório. Moscovo classificou como “um total disparate” o relatório dos serviços secretos norte-americanos que levanta a suspeita de os russos terem dados comprometedores sobre o Presidente eleito dos EUA.

O porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov afirmou aos jornalistas, numa conferência de imprensa, que o relatório é falso e que foi pensado para arruinar as futuras relações entre os Estados Unidos e a Rússia, que estão no seu nível mais baixo desde a Guerra Fria.

“É uma tentativa de danificar as nossas relações bilaterais, é tudo ficção”, afirmou Peskov, citado pela Reuters.

Dmitry Peskov assinala ainda que o Kremlin não esteve envolvido na compilação de quaisquer dossiers comprometedores, dizendo que as reacções a estas acusações têm que ser recebidas “com uma determinada dose de humor”. O porta-voz lembra que a Rússia estava apenas focada em estabelecer relações com parceiros externos.