Livro vermelho dos invertebrados pode avançar até 2018
Objectivo é conhecer a situação das espécies em Portugal, para definir medidas de conservação adequadas.
A elaboração de listas vermelhas para alguns invertebrados em Portugal, para saber onde estão e qual o seu estado de conservação, deverá avançar entre 2017 e 2018, com financiamento comunitário e do Fundo Ambiental, segundo o Ministério do Ambiente.
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A elaboração de listas vermelhas para alguns invertebrados em Portugal, para saber onde estão e qual o seu estado de conservação, deverá avançar entre 2017 e 2018, com financiamento comunitário e do Fundo Ambiental, segundo o Ministério do Ambiente.
O Fundo Ambiental “entrará em operacionalização a partir de Janeiro de 2017, esperando-se que se possa avançar com listas vermelhas para alguns grupos de invertebrados” entre este ano e 2018, refere o ministério em resposta a questões da agência Lusa.
Após ter lançado, em 2015, a candidatura para o Livro Vermelho da Flora, o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), tutelado pelo Ministério do Ambiente, aponta o Livro Vermelho dos Invertebrados como uma das prioridades para conhecer a biodiversidade no território português.
“O plano de mobilização do investimento em conservação da natureza e biodiversidade, promovido pelo ICNF em Outubro de 2015 identifica no quadro de intervenções prioritárias até 2020 o projecto Lista Vermelha de Invertebrados e colmatação de insuficiências da Rede Natura 2000", refere ainda o ministério.
Este documento aponta também a fonte de financiamento europeia disponível, o Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), instrumento que já está a co-financiar a elaboração da Lista Vermelha da Flora. A contrapartida nacional para completar as verbas do POSEUR foi assegurada pelo Fundo de Conservação da Natureza e Biodiversidade, agora integrado no Fundo Ambiental.
Na semana passada, uma investigadora da Universidade de Lisboa defendeu a necessidade de definir uma lista vermelha de invertebrados em Portugal. Segundo disse então Eva Monteiro, o Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, a Sociedade Portuguesa de Entomologia, o Instituto Português de Malacologia e o Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal estão disponíveis para colaborar com o ICNF na elaboração daquela lista vermelha. Eva Monteiro afirmou também que se estima que 10% das espécies de borboletas diurnas em Portugal possam estar ameaçadas de extinção.
O conhecimento sobre as espécies existentes permite definir medidas de conservação adequadas, mas também possibilita ter em conta as características da biodiversidade nas decisões políticas, como aquelas relacionadas com a construção.
Na sua resposta, o Ministério do Ambiente refere que na versão da Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, que esteve em consulta pública em 2015, é reconhecido que “há uma desactualização ou deficiência de informação sobre componentes relevantes da biodiversidade”: “Para alguns grupos, verifica-se mesmo a existência de grandes lacunas de informação, como é o caso do estatuto de ameaça das espécies vasculares da flora, dos invertebrados terrestres, e dos peixes e invertebrados marinhos.”