Custo com precários nos hospitais do Oeste ultrapassou os dez milhões de euros em 2015

Bloco de Esquerda estima que a unidade hospitalar pouparia mais de três milhões com a integração destes precários.

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Os dados sobre o Centro Hospitalar do Oeste foram divulgados pelos deputados bloquistas Heitor de Sousa e Mariana Mortágua Nuno Ferreira Santos

O Centro Hospitalar do Oeste gastou em 2015 mais de dez milhões de euros na sub-contratação de trabalhadores revelou esta sexta-feira o Bloco de Esquerda (BE), estimando que aquela unidade pouparia mais de três milhões com a integração destes precários.

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O Centro Hospitalar do Oeste gastou em 2015 mais de dez milhões de euros na sub-contratação de trabalhadores revelou esta sexta-feira o Bloco de Esquerda (BE), estimando que aquela unidade pouparia mais de três milhões com a integração destes precários.

O valor de 10.184.177 euros gastos, em 2015, com a contratação de recursos humanos através de empresas de trabalho temporário foi actualizado "numa resposta do Governo a uma pergunta do BE", datada de Setembro, afirmou esta sexta-feira o deputado bloquista Heitor de Sousa, lembrando que "em Junho, noutra resposta, o valor era de apenas 7.960.569,67 euros".

Com base no valor divulgado em Junho, o BE estimou que a integração dos trabalhadores pouparia ao CHO "cerca de um milhão de euros por ano", valor que, com a actualização dos gastos agora revelada, o deputado estima agora que "pudesse subir para mais de três milhões de euros".

Os dados foram divulgados esta sexta-feira por Heitor de Sousa e Mariana Mortágua num encontro com os trabalhadores precários do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), realizado nas Caldas da Rainha, onde os dois deputados fizeram um ponto de situação sobre os valores gastos pela instituição com a sub-contratração, com base nas respostas do Governo, e que aumentaram de "7,4 milhões de euros anuais em 2014, para 10,2 milhões em 2015".

Dados que, disse Mariana Mortágua aos jornalistas, "são um exemplo do que se passa no país" e que justificam "a pressão que o BE tem feito sobre o Governo para publicar o relatório sobre a precariedade".

Para a bloquista, "se há coisa que estas duas respostas incongruentes mostram é que o próprio Estado não tem noção de qual é o estado da precariedade e, por isso, é que este relatório tem demorado tanto tempo".
Conhecer os verdadeiros números da precariedade em Portugal "vai ser a grande luta", acrescentou Mariana Mortágua, garantindo que o BE não abdicará da exigência de "integrar todos os precários.

O Movimento Precários do CHO, cuja luta Mariana Mortágua considerou "um exemplo", integra um grupo de mais de 180 trabalhadores contratados há vários anos através de uma empresa prestadora de serviços e que exigem a integração nos quadros e direitos iguais aos restantes funcionários da instituição.

O CHO integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche e serve os concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com excepção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estevão das Galés e Venda do Pinheiro), no total de mais de 292 mil pessoas.