EUA identificaram russos que entregaram emails dos democratas à Wikileaks

Pessoas de topo do aparelho russo foram apanhadas a celebrarem a vitória de Donald Trump.

Foto
Os directores dos serviços secretos e da Agência Nacional de Segurança estiveram no senado LUSA/JIM LO SCALZO

Os EUA identificaram russos que os serviços de informação americanos acreditam terem sido responsáveis por entregar à Wikileaks os emails do Partido Democrata, cuja revelação teve um impacto negativo na campanha de Hillary Clinton.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os EUA identificaram russos que os serviços de informação americanos acreditam terem sido responsáveis por entregar à Wikileaks os emails do Partido Democrata, cuja revelação teve um impacto negativo na campanha de Hillary Clinton.

Um relatório confidencial que os serviços de informação dos EUA dizem demonstrar a intrusão nas eleições americanas foi entregue ao Presidente Barack Obama e chegará nesta sexta-feira às mãos de Donald Trump, que se tem mostrado céptico quanto à hipótese de envolvimento russo. Na próxima semana, será tornada pública uma versão mais curta.

De acordo com a agência Reuters, que cita fontes anónimas dos serviços norte-americanos, a entrega dos emails à Wikileaks foi feita por pessoas fora dos serviços de informação russos, numa tentativa de mascarar o envolvimento de organismos do Estado. O jornal The Washington Post, também com base em fontes anónimas, já tinha noticiado que o relatório recebido por Obama identifica os agentes responsáveis pela entrega dos emails roubados.

Para além disso, segundo o Post e a Reuters, o relatório contém comunicações interceptadas entre pessoas do topo do aparelho estatal russo que se congratulam com a vitória de Trump. As conversas incluem algumas pessoas que os serviços americanos acreditam estar a par da interferência nas eleições. O documento demonstra ainda que os russos aplicaram mais recursos para obter informação do Partido Democrata e que pelo menos parte dos ataques informáticos tinha como objectivo ajudar Trump a chegar à Casa Branca.

Tanto os serviços de informação americanos como senadores dos dois partidos afirmaram na quinta-feira numa audiência no Congresso estarem convencidos de que a Rússia levou a cabo acções de espionagem para interferir nas presidenciais. No Twitter, Trump continuou a contrariar esta tese: “O comité nacional do Partido Democrata não deixa o FBI estudar ou ver a info dos computadores que supostamente foram atacados pela Rússia… Por isso, como é que eles estão certos do ataque se nunca pediram um exame aos servidores? O que é que se está a passar?”, escreveu Trump.

Uma recusa do futuro Presidente em aceitar as conclusões do relatório abrirá uma crise provavelmente sem precedentes, refere o jornal The New York Times. Apesar das muitas críticas nas última semanas, Trump afirmou, também na quinta-feira, no Twitter, que a imprensa está a mentir sobre a sua posição quanto ao assunto e que é “um grande fã” dos serviços de informação.