Campanha do PCP pela saída do euro vai para a rua em Março
Folhetos, outdoors, cartazes, sessões nas empresas e nas universidades – a campanha comunista para preparar a saída do euro é semelhante a uma campanha eleitoral.
Estão já em preparação os milhares de folhetos que o PCP vai distribuir pelo país durante os primeiros seis meses deste ano, assim como os outdoors e pendentes que serão espalhados pelas ruas durante a campanha que defende que o país prepare a saída do euro e a renegociação da dívida. Os meses fortes da campanha começam em Março, com a mobilização a sair para a rua, empresas e universidades. Propostas no Parlamento só lá para Maio ou Junho.
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Estão já em preparação os milhares de folhetos que o PCP vai distribuir pelo país durante os primeiros seis meses deste ano, assim como os outdoors e pendentes que serão espalhados pelas ruas durante a campanha que defende que o país prepare a saída do euro e a renegociação da dívida. Os meses fortes da campanha começam em Março, com a mobilização a sair para a rua, empresas e universidades. Propostas no Parlamento só lá para Maio ou Junho.
Vasco Cardoso, membro da Comissão Política do Comité Central, disse ao PÚBLICO que não há ainda uma data formal para o arranque, mas que Janeiro será tempo de organizar os meses que se seguem. O anúncio desta campanha foi feito na sequência do Comité Central de meados de Dezembro, que analisou as conclusões do XX Congresso de Almada – que foram precisamente a necessidade de renegociar a dívida do país e preparar a saída da moeda comum europeia. Esta última questão foi, aliás, uma das novidades do programa eleitoral da CDU nas legislativas de 2015.
Em Fevereiro é publicada uma brochura com um texto colectivo que sistematiza a posição comunista sobre a matéria e o “diagnóstico” da situação actual e futura do país. Ali estarão elencadas as consequências negativas da adesão ao euro, os problemas que se avolumaram desde então, a descrição dos mecanismos europeus que funcionam como entrave, na opinião do PCP, o crescimento económico e o desenvolvimento da produção nacional e a defesa de um caminho que deve passar pela “renegociação da dívida, pela preparação para a saída do euro e pela recuperação do controlo público da banca”, descreve o dirigente comunista.
Em Março e Abril, já com expectativas de menos chuva, é tempo de fazer chegar a mensagem aos outdoors e aos pendentes nos postes, e distribuir milhares de folhetos nas ruas, mas também ir para as empresas e universidades, com sessões de debates privilegiando o meio académico dos cursos de economia, gestão e relações internacionais. Vasco Cardoso recusa que esta estratégia pretenda aproveitar uma eventual onda anti-Europa, expressa pelo referendo no Reino Unido que ditou o "Brexit". “Os professores e os estudantes universitários revelam uma disponibilidade e abertura para estes debates que as iniciativas estritamente políticas não abrangem”, diz o dirigente.
Em Maio e Junho, há a possibilidade de se realizarem algumas grandes iniciativas de rua que Vasco Cardoso diz estarem ainda a ser alinhavadas. Isso poderá passar pela realização de alguma marcha ou por comícios de maiores dimensões. Mas também será aqui que entra a dimensão mais formal da campanha, com a apresentação de iniciativas legislativas na Assembleia da República etambém no Parlamento Europeu, onde o PCP tem três eurodeputados. Neste âmbito, o PCP vai insistir na necessidade da realização de uma conferência intergovernamental sobre a renegociação da dívida pública e na consignação, no orçamento europeu, de uma compensação para os Estados-membros que queiram sair do euro por comprovadamente a moeda única lhes ter trazido consequências negativas.