Blade Runner, Alien: regressos ao futuro em 2017
O cinema que já se anuncia para este ano, sob o signo das sequelas, das remakes e dos restos de 2016.
2017, que começa como o “ano de Trump”, vai ser o ano da única sequela que deixa simultaneamente a salivar os cinéfilos hardcore, o grande público e os críticos mais exigentes: Blade Runner 2049, a ousadia de dar continuação a um dos filmes que mais marcaram o imaginário audiovisual dos últimos 30 anos. Ridley Scott já não está por trás da câmara, cedida ao canadiano Denis Villeneuve (O Primeiro Encontro), mas Harrison Ford retoma o papel de Rick Deckard, agora contracenando com Ryan Gosling. Teremos de esperar por Outubro.
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2017, que começa como o “ano de Trump”, vai ser o ano da única sequela que deixa simultaneamente a salivar os cinéfilos hardcore, o grande público e os críticos mais exigentes: Blade Runner 2049, a ousadia de dar continuação a um dos filmes que mais marcaram o imaginário audiovisual dos últimos 30 anos. Ridley Scott já não está por trás da câmara, cedida ao canadiano Denis Villeneuve (O Primeiro Encontro), mas Harrison Ford retoma o papel de Rick Deckard, agora contracenando com Ryan Gosling. Teremos de esperar por Outubro.
No entanto, Blade Runner 2049 não é a única sequela que se avizinha a seguir nas pegadas de filmes icónicos. Uma outra tem o dedo de Scott – Alien: Covenant, a nova iteração do monstro interestelar, em Maio – e a outra é o muito aguardado regresso às personagens criadas por Irvine Welsh em T2: Trainspotting, com elenco original e realizador (Danny Boyle) reunidos 20 anos depois do original (2 de Fevereiro). E (porque o pequeno écrã se tornou entretanto grande) convirá não esquecer o regresso de David Lynch a Twin Peaks (ainda sem data confirmada). E uma remake que parece gritar ao sacrilégio: o clássico de Dario Argento Suspiria, refeito por Luca Guadagnino (Eu Sou o Amor) com Tilda Swinton, Chloë Grace Moretz e Dakota Johnson.
De Hollywood virá mais do mesmo. Continuam a declinação dos universos de super-heróis (Guardiões da Galáxia 2, o adeus de Hugh Jackman a Wolverine com Logan, o enésimo recomeço do Homem-Aranha, a Mulher Maravilha); as remakes (Ghost in the Shell, com Scarlett Johansson, em Março; as Marés Vivas da televisão; uma nova Múmia com Tom Cruise); e os franchises (As Cinquenta Sombras Mais Negras, o oitavo Velocidade Furiosa, o quinto Piratas das Caraíbas, o Capítulo Final de Resident Evil, um novo King Kong, e a tentativa de Luc Besson lançar Valérian).
Mas virão também o olhar de Christopher Nolan sobre a Segunda Guerra Mundial com Dunkirk (Julho); a viagem de James Gray à Lost City of Z (ainda sem data); os regressos de Terrence Malick (Weightless, em Abril), Todd Haynes (Wonderstruck, sem data), Alexander Payne (Downsizing, com Matt Damon, sem data) - e Steven Soderbergh, voltando atrás com a sua retirada do grande écrã (Logan Lucky, com Adam Driver, Channing Tatum e Daniel Craig, sem data).
Há ainda os “restos” de 2016 que só no início de 2017 chegam a Portugal. Silêncio de Scorsese (19 de Janeiro), o musical de Damien Chazelle La La Land (26 de Janeiro), Mulheres do Século XX de Mike Mills com Annette Bening e Greta Gerwig (16 de Fevereiro), Elementos Secretos, sobre as matemáticas negras que trabalharam no programa espacial americano, e o “fenómeno” Moonlight, de Barry Jenkins (ambos 2 de Fevereiro), estão todos nas “pré-listas” dos Óscares. Para as quais ainda temos de contar com o Paterson de Jim Jarmusch (2 de Fevereiro), o Toni Erdmann de Maren Ade (16 de Fevereiro), o Jackie (Onassis, sob os traços de Natalie Portman) de Pablo Larraín (9 de Fevereiro) ou o Aquarius de Kleber Mendonça Filho (Março).
Aqui no cantinho à beira-mar plantado, falamos aqui ao lado de Marco Martins e do seu São Jorge. Mas garantida está já também a chegada às salas do Eldorado XXI de Salomé Lamas (9 de Fevereiro), da visita à Invicta do malogrado Anton Yelchin sob a direcção de Gabe Klinger (Porto Meu Amor, em Fevereiro) e da peregrinação de João Canijo e das suas actrizes a Fátima (Maio), enquanto Teresa Villaverde vai a Berlim com o seu Colo e Gabriel Abrantes se atira finalmente à longa.
Do resto do mundo, para já, restos de 2016: Fevereiro promete trazer o Nocturama de Bertrand Bonello e o filme de Maria Schrader sobre Stefan Zweig, em Março teremos o Neruda de Larraín. Sem data, chegarão Alain Guiraudie (Na Vertical), os irmãos Dardenne (La Fille inconnue) e Bruno Dumont (Ma Loute, com Binoche e Luchini). Poderemos esperar novos filmes de Aki Kaurismäki (The Other Side of Hope), Michael Haneke (Happy End, sobre a crise dos refugiados, com Mathieu Kassovitz, Isabelle Huppert e Jean-Louis Trintignant), Lucrecia Martel (Zuma, com fotografia de Rui Poças), Lars von Trier (Thelma, ainda envolto em segredo), Yorgos Lanthimos (The Favorite, nova incursão em inglês com Olivia Colman no papel principal), Bong Joon-ho (Okja, com Tilda Swinton e Jake Gyllenhaal) e Claire Denis (High Life, uma experiência na ficção científica com Robert Pattinson e Patricia Arquette). As datas, claro, são todas sujeitas a alterações. E bom 2017.