Investigadores de Coimbra integram consórcio europeu para nova geração de robôs
Objectivo é o desenvolvimento de máquinas que possam trabalhar ao lado de humanos.
Investigadores da Universidade de Coimbra (UC) vão participar num consórcio europeu que, com um financiamento comunitário de 4,3 milhões de euros, está a desenvolver uma nova geração de robôs para a indústria.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Investigadores da Universidade de Coimbra (UC) vão participar num consórcio europeu que, com um financiamento comunitário de 4,3 milhões de euros, está a desenvolver uma nova geração de robôs para a indústria.
"As empresas Thales Alenia Space, da indústria aeroespacial de produção de satélites, e a Renault, do sector automóvel, vão testar [a partir de Fevereiro] um protótipo do ColRobot", revela a UC numa nota enviada à agência Lusa.
O ColRobot é um robô de última geração que "está a ser desenvolvido por um consórcio europeu do qual faz parte uma equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC".
Com um orçamento global de cerca de quatro milhões e 338 mil euros, financiados pela União Europeia através do Programa Horizon 2020, o consórcio é liderado pela École Nationale Supérieure d'Arts et Métiers (ENSAM ParisTech), em França, e reúne 11 parceiros de universidades, centros tecnológicos e empresas.
A equipa de investigadores da UC, liderada por Pedro Neto, é responsável pela "interacção homem-robô, promovendo a colaboração e partilha de tarefas entre humanos e robôs".
O grande objetivo do ColRobot (Collaborative Robotics for Assembly and Kitting in Smart Manufacturing) passa pelo "desenvolvimento de robôs colaborativos que possam trabalhar lado a lado com os humanos", refere Pedro Neto, citado pela UC.
"Pretende-se que os humanos possam interagir com estes robôs colaborativos da mesma maneira como interagem uns com os outros, de uma forma intuitiva, por exemplo usando gestos. Assim, exploramos o melhor dos humanos e das máquinas, ou seja, as capacidades cognitivas e de coordenação dos humanos, e a capacidade das máquinas de produzir trabalho monótono e preciso", explicita o investigador.
Actualmente, sublinha Pedro Neto, "os robôs existentes nas indústrias trabalham dentro de jaulas, sem interagirem com os humanos".
Por isso, "o ColRobot significa uma mudança de paradigma, em que os robôs colaboram com os seres humanos, tirando o melhor de cada parceiro", acrescenta o docente do Departamento de Engenharia Mecânica da UC.
"Prevê-se que os robôs colaborativos tragam vantagens competitivas muito importantes para a indústria europeia, podendo ser operados por humanos sem conhecimentos técnicos, realizar tarefas ergonomicamente inconvenientes para os humanos, aumentar a flexibilidade produtiva e reduzir custos de produção", conclui o investigador.