Ofensiva turca na Síria
Há mais de quatro meses que a Turquia está a participar directamente na guerra da Síria. O Daesh responde com ataques nas cidades turcas.
Porque está o Exército turco na Síria?
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Porque está o Exército turco na Síria?
A Turquia iniciou em Agosto a ofensiva em solo sírio, baptizada Operação Escudo do Eufrates, com dois objectivos principais: afastar o Daesh, que se aproximava da fronteira turca, e conter os avanços das forças curdas. Os tanques e a artilharia turca apoiam alguns grupos da oposição síria aliados de Ancara e estão, actualmente, a cercar a cidade de Al-Bab, a 30 kmda fronteira, que ainda é controlada pelo Daesh. A incursão militar foi encarada pelo regime de Bashar al-Assad como uma “invasão”, mas os dois exércitos nunca se chegaram a confrontar directamente.
Quem apoia quem?
Como membro da NATO, a Turquia conta com o apoio dos EUA, mas a aliança tem vindo a ressentir-se por causa da recusa de Washington em apoiar militarmente o combate contra as forças curdas. A luta do YPG (as milícias curdas) contra o Daesh foi bem acolhida pelos EUA, que lhes forneceu armamento e treino. Por outro lado, acabou por ser a Rússia a revelar-se como o mais importante parceiro da Turquia. As relações entre os dois países caíram de forma abrupta depois do abate de um caça russo pela Turquia, mas a luta comum contra o terrorismo de inspiração islamista acabou por aproximar os dois países. Na semana passada, a Força Aérea russa bombardeou pela primeira vez as posições do Daesh em Al-Bab. Na frente diplomática, Ancara e Moscovo foram os artífices do acordo de cessar-fogo assinado recentemente entre regime e grande parte da oposição síria que se mantém em vigor. A grande incógnita está relacionada com o destino de Assad – que é apoiado por Moscovo, mas que Ancara quer afastar.
O que faz o Daesh?
A perder terreno na Síria, o grupo terrorista tem retaliado em solo turco, como aconteceu este domingo em Istambul. Em Junho, um atentado atribuído ao Daesh no aeroporto Ataturk, em Istambul, fez 41 mortos. Dois meses mais tarde, a explosão de uma bomba num casamento na cidade de Gaziantep matou 30 pessoas.