"Juntos somos mais fortes" perante o terrorismo, diz Merkel
Na mensagem de Ano Novo, a chanceler alemã voltou a defender a sua política de asilo e a importância de a Alemanha receber refugiados.
O terrorismo é a maior ameaça que a Alemanha enfrenta, afirmou a chanceler alemã, Angela Merkel, na sua mensagem de Ano Novo, na qual descreveu 2016 como um ano de “testes difíceis”. Aproveitou também o momento para denunciar as “distorções” que estão a levar as pessoas a pensar que a União Europeia e a democracia parlamentar já não funcionam.
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O terrorismo é a maior ameaça que a Alemanha enfrenta, afirmou a chanceler alemã, Angela Merkel, na sua mensagem de Ano Novo, na qual descreveu 2016 como um ano de “testes difíceis”. Aproveitou também o momento para denunciar as “distorções” que estão a levar as pessoas a pensar que a União Europeia e a democracia parlamentar já não funcionam.
“Quando continuamos com a nossa vida e o nosso trabalho estamos a dizer aos terroristas: ‘Vocês são assassinos cheios de ódio mas não vão determinar a forma como vivemos e queremos viver. Somos livres, respeitadores e abertos'”, declarou. Referindo-se ao ataque terrorista que há duas semanas matou 12 pessoas em Berlim e que foi cometido por um refugiado tunisino, Anis Amri, Merkel disse que é “nauseante” quando o responsável por um acto deste tipo é alguém que procurou protecção naquele país.
Este tipo de ataques têm reforçado as críticas dos que se opõem à política de asilo da chanceler, que em 2015 permitiu a entrada na Alemanha de mais de um milhão de refugiados e imigrantes. Respondendo a essa contestação, Merkel declarou na mensagem de Ano Novo que as imagens de devastação na cidade síria de Alepo, depois de as forças governamentais terem expulsado os rebeldes, mostram como “é certo e importante” que a Alemanha receba as pessoas que fogem desse conflito.
“Tudo isto se reflecte na nossa democracia, nas nossas leis e valores”, afirmou. “Elas são o oposto do mundo do terrorismo cheio de ódio e vão revelar-se mais fortes do que ele. Juntos somos mais fortes. O nosso Estado é mais forte”.
Referindo-se depois à situação na União Europeia, reconheceu que esta é “lenta e difícil” e que sofreu um duro golpe com a decisão do Reino Unido de sair. Por isso, defendeu, a UE “deve focar-se nas coisas que realmente pode fazer melhor que os Estados nação.” Deixou, contudo, um aviso: “Não, nós, alemães, não devemos nunca deixar-nos enganar e pensar que um futuro feliz passa por avançarmos sozinhos enquanto nação.”
Merkel, que enfrenta eleições na Alemanha em Setembro de 2017, lembrou que a democracia implica “divergência e crítica” mas que estas devem ser acontecer num clima de paz e respeito.