Martin Schulz estará fora da corrida a chanceler
A revista Der Spiegel dá como certo que presidente do Parlamento Europeu desistiu de fazer frente a Merkel.
O Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, não deverá disputar a candidatura a chanceler dentro do Partido Social-Democrata alemão (SPD) contra o actual líder do partido, o ministro Sigmar Gabriel, para as eleições alemãs do próximo ano.
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O Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, não deverá disputar a candidatura a chanceler dentro do Partido Social-Democrata alemão (SPD) contra o actual líder do partido, o ministro Sigmar Gabriel, para as eleições alemãs do próximo ano.
Quando Schulz anunciou que não se recandidataria à presidência do Parlamento Europeu no início de 2017 e que concorreria nas legislativas no seu país, a maioria dos observadores políticos na Alemanha viu a possibilidade de uma candidatura a chanceler: o SPD tem de nomear oficialmente o seu candidato precisamente em Janeiro, e no SPD vozes vinham a pedir mais ou menos discretamente que fosse Schulz o candidato, e não Gabriel.
O próprio Gabriel afirmara que gostaria de ver mais possibilidades de candidatura para além da sua contra Angela Merkel, que tentará vencer um quarto mandato.
Mas segundo a Spiegel, Schulz já terá perdido as esperanças de concorrer ao cargo. A revista, que não cita fontes, diz que o social-democrata terá feito esta confidência a alguns colegas de partido de quem é próximo.
A Spiegel diz que embora fosse um segredo de polichinelo que Schulz gostaria de se candidatar, temia concorrer contra Gabriel, de quem é amigo. Assim, deverá ser Gabriel o candidato.
A posição do vice-chanceler e ministro da Economia é, no entanto, especialmente difícil. O parceiro minoritário da coligação do Governo tem sofrido sempre nas eleições. Foi assim no primeiro Governo de coligação de Angela Merkel, também com o SPD: em 2009 os sociais-democratas perderam e Merkel optou, no seu segundo Governo, por se coligar com os Liberais, um parceiro mais tradicional. Mas nas eleições seguintes, de 2013, também os Liberais sofreram uma derrota eleitoral como nunca, não conseguindo sequer entrar para o Parlamento, uma estreia na sua história. Foi então dado um nome ao fenómeno: “a maldição de Merkel”.
Nessas eleições, os sucessos da coligação foram atribuídos pela opinião pública apenas à chanceler. Mas agora a situação mudou, e com a opinião pública a questionar mais as políticas do Governo, aconteceu outro fenómeno: as culpas são divididas pelos parceiros da coligação.
O vice-chanceler tem tentando distanciar-se de Merkel, mas escolheu um tema menos óbvio para o seu partido: os refugiados, onde os principais críticos de Merkel estão à direita (os populistas AfD e a bávara CSU).
Numa sondagem do instituto Forsa feita já depois do atentado de Berlim, a CDU/CSU obteria 38% de votos se as eleições (de Setembro) se realizassem agora, enquanto o SPD se ficaria pelos 20%. A AfD obteria 12%. Para os democratas-cristãos são números muito diferentes dos da última sondagem do instituto Insa publicados pelo diário de grande circulação Bild, com a CDU/CSU com apenas 31,5%, mantendo-se os 20% do SPD, e a AfD com 15,5%.