Presidente das Filipinas diz que atirou um homem de um helicóptero

Duterte gabou-se do incidente, ameaçando funcionários corruptos de lhes fazer o mesmo.

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Duterte durante uma viagem de helicóptero em 2015 Reuters/LEAN DAVAL JR

O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, ameaçou reunir funcionários corruptos e lançá-los de um helicóptero em pleno voo, avisando que não seria a primeira vez que faria algo semelhante. Num discurso dirigido às vítimas de um tufão no Norte das Filipinas, Duterte contou como no passado tinha atirado de um helicóptero um alegado violador e raptor chinês, dando inclusivamente pormenores sobre a altura a que o piloto teve que subir para esta operação, que terá acontecido quando era presidente da Câmara de Davao.  

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O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, ameaçou reunir funcionários corruptos e lançá-los de um helicóptero em pleno voo, avisando que não seria a primeira vez que faria algo semelhante. Num discurso dirigido às vítimas de um tufão no Norte das Filipinas, Duterte contou como no passado tinha atirado de um helicóptero um alegado violador e raptor chinês, dando inclusivamente pormenores sobre a altura a que o piloto teve que subir para esta operação, que terá acontecido quando era presidente da Câmara de Davao.  

“Se forem corruptos, vou buscar-vos com um helicóptero e atiro-vos do ar durante o voo de regresso a Manila”, disse o Presidente. “Já fiz isso antes, por que não haveria de repeti-lo?”. Não é a primeira vez que Duterte se gaba de ter matado pessoas.

A Reuters recorda que, há poucas semanas, o chefe de Estado filipino admitiu ter participado em assassinatos durante os 22 anos em que foi presidente da Câmara de Davao. Duterte disse mesmo que por vezes percorria a cidade de moto, procurando “encontros para matar”, alegando que estas eram operações policiais legítimas.

O Presidente provocou também polémica quando se referiu à violação colectiva e assassinato de uma missionária australiana durante um motim numa prisão em 1989, dizendo que, como presidente da Câmara, devia “ter sido o primeiro” a violá-la. Indiferente às críticas que as suas palavras provocam voltou recentemente a dizer que seis pessoas que foram presas numa operação anti-droga em Manila “tiveram sorte” por ele não estar na cidade na altura, porque os teria morto. “Não vamos fazer um drama, eu irei pessoalmente matar-vos se mais ninguém for”, declarou.

Geralmente os conselheiros e assessores de Duterte relativizam estas declarações – e, explica a Reuters, em relação ao incidente com o helicóptero, o seu porta-voz, Ernesto Abella, deu a entender que poderá não ter acontecido e que não passará de um “mito urbano”.

No entanto, a comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas já pediu às Filipinas para abrir uma investigação ao alegado envolvimento de Duterte em assassinatos e alguns senadores avisaram-no de que corre o risco de impeachment devido a este tipo de declarações. Duterte classificou o responsável pela comissão de Direitos Humanos da ONU como “estúpido” e “idiota”, aconselhando-o a voltar para a escola.