Exorcismo high-tech
Nos últimos tempos o terror tem trazido algumas surpresas interessantes. Não é o caso de Encarnação do Mal.
Uma variação high tech do Exorcista, com a tecnologia a vir tomar o lugar que dantes se preenchia apenas com a tenacidade ritual, ou mais rigorosamente uma miscelânia que rouba tanto ao filme de Friedkin como ao Inception de Christopher Nolan (porque tudo se passa no território dos sonhos dos possuídos, onde este exorcista “encarna” para expulsar, em pessoa, o demónio).
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Uma variação high tech do Exorcista, com a tecnologia a vir tomar o lugar que dantes se preenchia apenas com a tenacidade ritual, ou mais rigorosamente uma miscelânia que rouba tanto ao filme de Friedkin como ao Inception de Christopher Nolan (porque tudo se passa no território dos sonhos dos possuídos, onde este exorcista “encarna” para expulsar, em pessoa, o demónio).
Com algum humor e leveza, totalmente ausentes de um filme que se leva muito a sério, a Encarnação do Mal podia ser um exemplo de exploitation mais ou menos visivel.
À falta disso, limita-se a um replicar de lugares-comuns, nos diálogos e nas situações narrativas, sem qualquer tipo de criatividade, onde não há nada que valha a pena ver.
O desperdício estende-se aos actores, com aquele que deve ser o papel mais ridículo do habitualmente excelente Aaron Eckhart, e a presença decorativa de duas “convidadas” estrangeiras, a holandesa Carice van Houten (a do Black Book de Verhoeven) e a colombiana Catalina Sandino Moreno (revelada em Maria Cheia de Graça). Nos últimos tempos o terror tem trazido algumas surpresas e curiosidades interessantes, aqui está longe de ser o caso.