Erdogan acusa EUA de apoiarem terroristas na Síria. "Ridículo", respondem os americanos
O Presidente turco propõe ainda que a Arábia Saudita e o Qatar se sentem à mesa das negociações sobre o processo de paz na Síria.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta terça-feira que possui provas de que a coligação liderada pelos EUA no conflito na Síria apoiou grupos terroristas tais como o Daesh ou as milícias curdas das Unidades de Protecção do Povo (YPG) e do Partido da União Democrática (PYD).
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O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta terça-feira que possui provas de que a coligação liderada pelos EUA no conflito na Síria apoiou grupos terroristas tais como o Daesh ou as milícias curdas das Unidades de Protecção do Povo (YPG) e do Partido da União Democrática (PYD).
“Eles acusaram-nos de apoiar o Daesh”, afirmou Erdogan, segundo a Reuters, numa conferência de imprensa em Ancara. “Agora dão apoio a grupos terroristas incluindo ao Daesh, às YPG, ao PYD. É muito claro. Nós temos provas confirmadas, com imagens, fotografias e vídeos”, garantiu o Presidente da Turquia.
Horas depois, o Departamento de Estado norte-americano reagiu, através do seu porta-voz, Mark Toner, qualificando as acusações de Erdogan como “ridículas”.
Esta terça-feira, e ainda sobre a Síria, o Presidente turco defendeu também que a Arábia Saudita e o Qatar devem juntar-se à Turquia e ao Irão na mesa de discussão sobre os esforços de paz em relação ao conflito na Síria.
Moscovo, Ancara e Teerão concordaram em reunir-se no Cazaquistão no próximo mês para discutir a situação síria. Agora, Erdogan afirmou que na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros deveriam estar presentes os representantes dos dois países do Golfo Pérsico, referindo que mostraram “boa vontade e deram apoio” ao país liderado por Bashar al-Assad, cita a Associated Press.
A Arábia Saudita e o Qatar são dois dos principais apoiantes dos rebeldes que lutam para derrubar o regime de Assad que, por sua vez, tem como maiores aliados Moscovo e Teerão.
Apesar disso, Erdogan garantiu que a Turquia não marcará presença no encontro caso qualquer “organização terrorista” seja convidada, referindo-se às milícias curdas sírias acusadas de serem uma extensão dos grupos também curdos na Turquia.