Depois do Convento de São Paulo, Vila Galé analisa outros imóveis do Revive
Governo já divulgou lista dos 30 imóveis que podem ser concessionados a privados. Vila Galé analisa edifícios. Grupo Pestana diz que o critério chave é a localização.
O grupo Vila Galé vai analisar a lista dos imóveis públicos que o Estado quer concessionar a privados para os transformar em projectos turísticos. Fonte da empresa, com 27 hotéis em Portugal e no Brasil, adianta que o grupo está “atento” a novas oportunidades de concessão, depois de em meados de Outubro ter ganho a exploração do Convento de São Paulo, em Elvas, o primeiro de 30 edifícios que o Governo disponibilizou no programa Revive.
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O grupo Vila Galé vai analisar a lista dos imóveis públicos que o Estado quer concessionar a privados para os transformar em projectos turísticos. Fonte da empresa, com 27 hotéis em Portugal e no Brasil, adianta que o grupo está “atento” a novas oportunidades de concessão, depois de em meados de Outubro ter ganho a exploração do Convento de São Paulo, em Elvas, o primeiro de 30 edifícios que o Governo disponibilizou no programa Revive.
Com a divulgação dos 20 imóveis que faltavam conhecer, o segundo maior grupo hoteleiro do país vai agora “analisar” os monumentos incluídos na iniciativa do executivo, lançada em Setembro. Para a empresa, ter um hotel num edifício histórico “e com um serviço que recupera e gira em torno dessa história, enriquece a experiência de quem o procura e contribui para diferenciar o produto”. O novo Vila Galé Elvas, por exemplo, vai ser dedicado ao tema das fortificações portuguesas pelo mundo. “Acreditamos plenamente que o sucesso do turismo em Portugal também assenta na preservação do património histórico e cultural (arquitectura, museus, tradições) que é, efectivamente, um elemento diferenciador do país. Não é deslocalizável nem passível de ser copiado”, diz fonte oficial da empresa.
Em Elvas, o grupo planeia investir cinco milhões de euros mas a obra ainda “está em fase de licenciamento e aprovações”. O projecto prevê um hotel de 64 quartos, dois restaurantes, bar e adega, biblioteca, piscina exterior, spa e salão de eventos. A expectativa é criar entre 25 a 30 postos de trabalho e a abertura está prevista para 2018.
A empresa liderada por Jorge Rebelo de Almeida diz que a recuperação de património do Estado é “uma forma de puxar pelo interior do país”, que já tem o litoral “bastante coberto”.
Grupo Pestana: critério chave é a localização
Já o Grupo Pestana não concorreu aos processos do Revive em curso. José Theotónio, presidente executivo da maior empresa hoteleira nacional diz analisar “sempre com rigor” os projectos disponíveis. “Se forem projectos que se enquadrem na estratégia que temos e com potencial de criarem valor com níveis de sustentabilidade, sejam ou não monumentos nacionais, manifestaremos o nosso interesse”, esclarece. O grupo está atento, mas por enquanto ainda não participou em nenhum dos concursos.
O grupo Pestana tem a concessão das Pousadas de Portugal, instaladas em edifícios históricos, e José Theotónio acredita que as características dos imóveis onde os hotéis estão instalados têm influência na escolha de potenciais clientes. Mas ressalva: “É preciso um enorme cuidado com a emoção, que é muitas vezes inimiga da razão, (uma máxima da Gestão). Em termos de análise da viabilidade, o sector da hotelaria e alojamento tem como critério chave a localização, que é aquilo que em primeira instância um turista procura e em função do qual decide” para que tipo de alojamento irá.
Programas como o Revive são oportunidades para dar “dignidade” ao património público que pode, assim, “ter um destino bom e mais afortunado que o estado calamitoso ou de abandono em que estão muitos dos activos incluídos no programa”. Contudo, é preciso avaliar as condições em que os concursos são lançados, “tendo em conta todas as variáveis que tornam possível a sustentabilidade de uma unidade hoteleira ou turística”, sustenta.
O executivo vai lançar concursos para concessionar os edifícios por um período entre 30 a 50 anos e promete a criação de uma linha de financiamento de 150 milhões de euros. O Revive prevê que os investidores que queiram explorar imóveis localizados no interior tenham mais vantagens face aos que preferem localizações mais centrais. De acordo com o Jornal de Negócios, haverá um prémio de desempenho que pode ir até 20% dos apoios previstos.
Recentemente, Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo, anunciou que o Governo vai organizar um road show em 2017 para divulgar o Revive a investidores estrangeiros.