Depois da resolução da ONU, Netanyahu anuncia represálias diplomáticas contra Senegal e Nova Zelândia
Depois do Egipto se afastar, a proposta de resolução contra os colonatos israelitas foi da iniciativa destes dois países, da Malásia e Venezuela. Com estes dois últimos, Israel não tem relações diplomáticas.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu anunciou “uma série de medidas diplomáticas” contra a Nova Zelândia e o Senegal que tiveram a iniciativa da resolução votada esta sexta-feira na ONU contra os colonatos israelitas.
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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu anunciou “uma série de medidas diplomáticas” contra a Nova Zelândia e o Senegal que tiveram a iniciativa da resolução votada esta sexta-feira na ONU contra os colonatos israelitas.
A proposta tinha tido originalmente origem no Egipto para ser votada esta quinta-feira. Mas, depois de um volte-face por parte do Cairo, a resolução acabou por ser votada esta sexta-feira, desta vez, por iniciativa da Nova Zelândia, Senegal, Malásia e Venezuela.
Israel não mantém actualmente quaisquer relações diplomáticas com a Malásia nem com a Venezuela. Desta maneira, e poucas horas depois da aprovação da proposta pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, Netanyahu anunciou a ordem de regresso “imediato” dos embaixadores na Nova Zelândia e no Senegal “para consultas”.
Além disso, o primeiro-ministro decidiu também cancelar a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros senegalês, prevista para Janeiro, o cancelamento de todos os programas de ajuda ao Senegal, bem como bloquear as visitas dos embaixadores não residentes do Senegal e Nova Zelândia.
Os Estados Unidos abstiveram-se numa votação no Conselho de Segurança de uma resolução que exige o fim da construção de colonatos em Israel. O Governo de Telavive já anunciou que não vai respeitar a decisão das Nações Unidas.
O texto não prevê sanções nem define abertamente como ilegais os colonatos israelitas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Defende, no entanto, que Israel deve “cessar imediata e totalmente as actividades de colonização nos territórios ocupados”, sublinhando que a expropriação de terras e construção de bairros naquelas zonas “não tem validade legal” à luz do direito internacional e “põe perigosamente em risco a viabilidade da solução de dois Estados”, sobre a qual assenta o consenso internacional para a paz.