As impressões digitais de Anis Amri, o tunisino que é suspeito de ser o autor do ataque ao mercado de Natal em Berlim, foram encontradas na cabina do camião que provocou a morte de 12 pessoas, confirmou o ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière .
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As impressões digitais de Anis Amri, o tunisino que é suspeito de ser o autor do ataque ao mercado de Natal em Berlim, foram encontradas na cabina do camião que provocou a morte de 12 pessoas, confirmou o ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière .
Segundo o ministro, existem ainda "pistas adicionais" que sugerem, "com uma alta probabilidade", que Amri será o autor do atentado.
Os irmãos de Anis Amri, Abdelkader e Walid, falram com a televisão tunisina, dizendo-se "chocado", mas explicou que a família "nunca soube nada sobre a vida dele na Europa". Mas disse que quando saiu da prisão, em Itália, "era uma pessoa com uma mentalidade totalmente diferente", disseram. "Quando saiu da Tunísia, era uma pessoa normal. Bebia álcool e nem sequer rezava. Não tinha fé. O meu pai, o meu irmão e eu costumávamos rezar, mas ele não", contou Walid."
"Ele não nos representa, a nós ou à nossa família", disseram os irmãos, citados pela Reuters.O último contacto com ele foi há dez dias, através do Facebook, disse Walid, a chorar, e Anis disse que "em breve" ia voltar para casa". Anis faz anos esta quinta-feira - 24.
Abdelkader e Walid fizeram um apelo a que se entregasse às autoridades.
Amri chegou à Europa através da ilha italiana de Lampedusa. Ali ficou num abrigo quando os muitos migrantes que ali se acumulava começaram um incêndio, num protesto. Disse às autoridades que era menor, embora os documentos agora mostrem que não era, e foi transferido para a Sicília, para a Catânia,, onde foi matriculado numa escola. Em Outubro de 2011, foi preso depois de ter sido apanhado a tentar incendiar um edifício, e condenado por vandalismo, ameaças e roubo. Cumpriu a sentença em várias prisões na Sicília e em Maio de 2015 foi enviado para um centro de detenção, onde aguardaria deportação, descreve a Reuters.
Não se sabe se se terá sido radicalizado na prisão, embora esse cenário seja provável. O director do sistema penitenciário italiano não respondeu as perguntas da Reuters nesse sentido. A procuradoria de Palermo abriu entretanto um inquérito sobre o comportamento na prisão de Amri, diz o jornal La Repubblica.
O diário italiano avança que durante o período em que esteve preso, houve numerosos episódios de violência, que levaram a várias advertências do director dos estabelecimentos prisionais e a que Amri fosse excluído das actividades em comum com os outros detidos. Este tipo de comportamento levou a que fosse mudado mais vezes de cadeia.
Operações policiais
Nesta quinta-feira, estão a decorrer várias operações policiais. Diversos media alemães noticiaram igualmente a detenção de quatro pessoas próximas de Anis Amri, mas um porta-voz da procuradoria federal negou as detenções, sem, no entanto, dar qualquer pormenor, alegando que não quer prejudicar a investigação em curso.
Mesmo após o desmentido da procuradoria, a televisão WDR manteve a informação de que dois apartamentos foram revistados em Dortmund e que a polícia fez "quatro detenções". A WDR diz que falou com um dos detidos depois de este ter sido interrogado pela polícia e de seguida libertado.
O canal de notícias N-TV referiu que as quatro pessoas são próximas do autor do atentado de Berlim, procurado por toda a polícia do país, e que estiveram em contacto com o suspeito no início deste ano.