Sob risco de resgate, banco italiano enfrenta queda de 12% nas acções
Monte dei Paschi di Siena realizou operação de troca de dívida por acções, mas falhanço torna resgate mais provável.
No dia em que deu mais um passo no processo de recapitalização, com que tenta evitar uma intervenção pública que parece cada vez mais próxima, o banco italiano Monte dei Paschi di Siena (BMPS) viveu uma verdadeira “montanha-russa” em bolsa na sessão desta quarta-feira.
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No dia em que deu mais um passo no processo de recapitalização, com que tenta evitar uma intervenção pública que parece cada vez mais próxima, o banco italiano Monte dei Paschi di Siena (BMPS) viveu uma verdadeira “montanha-russa” em bolsa na sessão desta quarta-feira.
Os títulos do banco mais antigo do mundo chegaram a cair a pique mais de 18%, as acções estiveram suspensas, e depois de serem retomadas acabaram por abrandar a queda para 12%, para 16,3 euros cada.
Durante esta quarta-feira decorreu uma operação onde 40 mil pequenos obrigacionistas do BMPS podiam trocar as suas obrigações em acções, com o objectivo de reforçar os rácios de capital.
O banco italiano, em dificuldades, está neste momento sob grande pressão para se recapitalizar, tendo como objectivo conseguir obter 5000 milhões de euros, para evitar uma intervenção pública onde não estão afastadas perdas para os privados.
No entanto, perante a dificuldade em captar investidores que lhes permitam reforçar os rácios de capital para os níveis exigidos pelo Banco Central Europeu (BCE), este é um cenário que parece tornar-se cada vez mais próximo. Com base em quatro fontes envolvidas no processo de recapitalização, o Financial Times avança que a instituição enfrenta dificuldades em chegar àquele montante de capital necessário. De acordo com o jornal, estariam garantidos apenas cerca de 1700 milhões.
O banco precisa de 5000 milhões até ao final deste ano para, depois, poder avançar com uma outra operação prevista no plano de reestruturação: a venda em pacote de 28 mil milhões de euros de crédito malparado. O reforço do capital é necessário para cobrir as perdas que tenham de ser assumidas com a venda dos créditos em incumprimento.
O Governo de Paolo Gentiloni já pôs em marcha uma medida de prevenção. A operação aconteceu no mesmo dia em que o Parlamento italiano autorizou o executivo a mobilizar 20 mil milhões de euros se for preciso intervir nos bancos em dificuldades
Na câmara baixa do Parlamento, o ministro das Finanças, Pier Carlo Padoan, defendeu que a medida preventiva permite reforçar a “capacidade do sistema [financeiro] se consolidar e desenvolver-se”, cita a AFP.
Apesar da queda dos títulos do BMPS, o principal índice da Bolsa de Milão (FTSE MIB) teve apenas um ligeiro recuo, de 0,16%, e nas restantes praças europeias as variações foram pouco expressivas, com subidas ou perdas igualmente contidas.