Macron é o político mais popular de França, à frente de Fillon e Valls
Nova sondagem continua, no entanto, a dar como finalistas das presidenciais Le Pen e Fillon.
Prova de que nada está decidido até os eleitores terem votado: Emmanuel Macron, o centrista ex-ministro da Economia do governo de Manuel Valls, é o novo candidato favorito dos franceses para as eleições presidenciais da próxima Primavera, segundo uma sondagem Odoxa para a revista L’Express e a rádio France Inter.
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Prova de que nada está decidido até os eleitores terem votado: Emmanuel Macron, o centrista ex-ministro da Economia do governo de Manuel Valls, é o novo candidato favorito dos franceses para as eleições presidenciais da próxima Primavera, segundo uma sondagem Odoxa para a revista L’Express e a rádio France Inter.
O ex-banqueiro de investimento que entrou na política como conselheiro do Presidente François Hollande e que se demitiu do Governo do Partido Socialista – no qual nunca se filiou – para formar o seu próprio partido e candidatar-se à presidência é o mais popular dos 25 partidos do estudo de opinião divulgado nesta terça-feira. À frente de François Fillon, o candidato do centro-direita, de Marine Le Pen ou qualquer dos candidatos declarados às primárias da esquerda, incluindo o ex-primeiro-ministro Manuel Valls.
Macron, cujas posições o aproximam mais do eleitorado do centro – e não do PS, com o qual governou – é visto positivamente por 35% dos eleitores franceses. Manteve a taxa de aprovação em relação ao barómetro do mês passado, quando Fillon, apesar de ter ganho as primárias do centro-direita, desceu seis pontos percentuais, e tem agora 31%.
No fim de Novembro, o ex-primeiro-ministro de Nicolas Sarkozy bateu Alain Juppé na corrida pela nomeação de Os Republicanos pela candidatura, com um programa extremamente conservador e prometendo uma forte austeridade, com grandes cortes nos programas sociais. Ainda assim, Juppé mantém uma popularidade de 33%.
Mas Fillon tem sido alvo de uma demolidora campanha nas redes sociais por parte da extrema-direita: se Juppé foi atacado como “Ali Juppé”, entre as duas voltas das primárias, tentando denegrir a sua imagem, desta feita Fillon foi baptizado como “Farid Fillon”, conta a L’Express. O objectivo é sempre o mesmo: dizer que gosta dos muçulmanos. É uma forma de fazer um insulto duplo, contra os muçulmanos e contra os políticos que são alvo desta acção.
Marine Le Pen, a candidata do partido de extrema-direita, anti-imigração e anti-muçulmanos, dada como garantida na segunda volta das presidenciais, está em quarto lugar nesta sondagem sobre as preferências dos franceses. Ainda assim, vê a sua popularidade aumentar um ponto, para 27%.
É que se a pergunta for sobre as intenções de voto em Abril de 2017, e não apenas sobre qual o político mais simpático, então o caso muda de figura. Fillon vem em primeiro e Le Pen em segundo, explica a Reuters.
As possibilidades de vitória de um candidato socialista nas presidenciais são basicamente inexistentes: 73% dos eleitores, consultados a 14 e15 de Dezembro, consideram que das primárias de esquerda não sairá um candidato em posição de força para 2017. Tanto Macron como Jean-Luc Mélenchon, apoiado pelo Partido Comunista, surgem à frente do possível vencedor das primárias socialistas.
O candidato de esquerda ainda assim melhor colocado é Manuel Valls (21%), seguido de perto pelo ex-ministro da Indústria e grande adversário da globalização Arnaud Montebourg (20%). O ex-ministro da Educação Vincent Peillon, que só se candidatou depois de saber que Hollande desistia de se recandidatar, não consegue mais que 7%.
Na verdade, diz a L’Express, 67% dos franceses consideram possível que a esquerda desapareça da paisagem política francesa – 56% acreditam que seja um desaparecimento temporário, e 55% dos que dizem isso definem-se como eleitores de esquerda.