Lisboa com gabinete para vítimas de violência sexual a partir de 2017
Para a presidente da AMCV a violência sexual é um fenómeno "com carácter endémico nas sociedades", principalmente no seio das famílias.
Lisboa vai ter, a partir do início do próximo ano, um gabinete especializado para atendimento a mulheres vítimas de violência sexual, financiado pelo Governo, e que poderá ajudar a revelar a real dimensão deste problema.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Lisboa vai ter, a partir do início do próximo ano, um gabinete especializado para atendimento a mulheres vítimas de violência sexual, financiado pelo Governo, e que poderá ajudar a revelar a real dimensão deste problema.
O protocolo de cooperação para a criação de um centro de crise para vítimas de violência sexual foi assinado nesta segunda-feira entre o Ministério da Justiça, o ministro-Adjunto e a Associação de Mulheres Contra a Violência (AMCV), com efeito a partir de 1 de Janeiro.
Para a presidente da AMCV a violência sexual é um fenómeno "com carácter endémico nas sociedades", principalmente no seio das famílias. "Não tenham ilusão acerca disso", diz, razão pela qual Margarida Medina Martins acredita que este projecto vai ajudar a mostrar a real dimensão de um problema que é, até agora, desconhecido.
Isto porque, explicou Margarida Medina Martins, o protocolo assinado tem uma componente de trabalho com uma universidade nacional que vai criar indicadores para monitorizar e avaliar, de modo a criar uma base científica para depois reflectir sobre os resultados obtidos.
"É minha convicção que, num ano, vamos ficar surpresos com os números que aí vêm", defendeu a responsável.
O protocolo tem a duração de um ano, podendo ser renovado até um máximo de três anos, estando previsto um apoio financeiro de 180 mil euros por ano, metade através da Secretaria-Geral do Ministério da Justiça e a outra parcela pelo Gabinete da secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, com recurso às verbas provenientes dos jogos sociais.