Hospital de Barcelos lança campanha para comprar TAC. Ministério já garantiu aparelho
Falta de equipamento obriga a enviar 7000 doentes para unidades com convenção. Investimento necessário é de 350 mil euros.
“Queremos fazer uma TAC ao galo.” Este é o slogan que dá mote à campanha de crowdfunding lançada nesta segunda-feira pelo Hospital de Barcelos, que há já largos anos que aguarda financiamento para conseguir comprar um aparelho de Tomografia Axial Computorizada. A acção foi anunciada durante uma visita do bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, à unidade. Pouco depois, o Ministério da Saúde confirmava ao PÚBLICO que a unidade vai receber uma nova TAC. A tutela garantiu, contudo, que a compra do equipamento já estava decidida antes da campanha e que resulta do levantamento de necessidades no SNS que está a ser feito - pelo que ainda não há uma data certa para a concretização do investimento.
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“Queremos fazer uma TAC ao galo.” Este é o slogan que dá mote à campanha de crowdfunding lançada nesta segunda-feira pelo Hospital de Barcelos, que há já largos anos que aguarda financiamento para conseguir comprar um aparelho de Tomografia Axial Computorizada. A acção foi anunciada durante uma visita do bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, à unidade. Pouco depois, o Ministério da Saúde confirmava ao PÚBLICO que a unidade vai receber uma nova TAC. A tutela garantiu, contudo, que a compra do equipamento já estava decidida antes da campanha e que resulta do levantamento de necessidades no SNS que está a ser feito - pelo que ainda não há uma data certa para a concretização do investimento.
A campanha de angariação de fundos, que conta com um cartaz que utiliza o galo de Barcelos como imagem, queria chamar a atenção para os problemas estruturais deste hospital do Serviço Nacional de Saúde. Ao mesmo tempo, pretende-se apelar à população para que contribua para a aquisição deste aparelho essencial para fazer muitos diagnósticos.
Segundo o presidente do conselho de administração do Hospital de Santa Maria Maior (Barcelos), anualmente esta unidade pede cerca de 7000 exames deste tipo aos doentes, “o que obriga a que os utentes tenham de se deslocar” para as unidades privadas com convenções, regressando depois ao hospital. “Isto tem riscos e implicações ao nível da qualidade”, defende Joaquim Barbosa.
O responsável explicou que esta segunda-feira marcou o arranque oficial da campanha de angariação de fundos. No entanto, ainda será criada a conta bancária para a qual os interessados poderão contribuir. Joaquim Barbosa acredita que os contributos virão sobretudo da população local, que sente a falta deste tipo de tecnologia – mas não exclui a possibilidade de receber ajudas de outras zonas do país. O presidente estima que a compra da TAC e a instalação custem cerca de 350 mil euros. Além dos contributos da população, antes de saber que o ministério já tinha aprovado a compra, o presidente do hospital dizia que também esperava contar com “o apoio da tutela e linhas de financiamento”.
Mesmo depois de comprado o aparelho, ficam a faltar obras que assegurem que conseguem que os médicos tenham acesso informático aos resultados em qualquer ponto do hospital. Na semana passada, ficou resolvido um outro problema: a tutela autorizou a compra de um aparelho para substituir a obsoleta máquina de raio X, que ainda não permitia a digitalização dos exames.
“Achei a ideia da campanha fantástica e de uma criatividade imensa”, descreveu José Manuel Silva, no final da visita. “As lacunas e as deficiências [do Hospital de Barcelos] são facilmente visualizáveis. Barcelos precisa de um hospital novo e sobretudo de um hospital com mais camas para responder às necessidades da população”, acrescentou o bastonário, que destacou, a título de exemplo, as salas “exíguas” e “sem ventilação” onde os doentes são observados.
Para José Manuel Silva, os problemas nas instalações associados à falta de equipamentos como o aparelho de TAC, torna mais difícil “reter profissionais altamente diferenciados” no Hospital de Santa Maria Maior. “Se têm alternativas de instalações mais recentes, melhor equipadas, em que é possível tratar os doentes com mais qualidade, naturalmente que optam por essas alternativas”, insistiu o representante dos médicos.