Investimento de 1,5 milhões aposta no processamento de pinhão em Grândola
Unidade fabril PineFlavour tem capacidade para produzir 500 quilos de miolo de pinhão por dia. Há previsão de crescimento rápido para os próximos três anos.
Uma unidade fabril de processamento de pinha e de pinhão abriu este mês em Grândola, num investimento de 1,5 milhões de euros, com o objectivo de aproveitar matéria-prima nacional para comercializar no mercado interno e externo.
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Uma unidade fabril de processamento de pinha e de pinhão abriu este mês em Grândola, num investimento de 1,5 milhões de euros, com o objectivo de aproveitar matéria-prima nacional para comercializar no mercado interno e externo.
A proximidade da matéria-prima (a pinha), "concentrada entre Coruche e Santiago do Cacém", e do porto de Sines, para as exportações, além do apoio do município, foram "factores decisivos" na escolha do concelho de Grândola, no distrito de Setúbal, para instalar a unidade fabril, disse hoje à agência Lusa Pedro Amorim, sócio-gerente da empresa PineFlavour.
"O investimento em Grândola acabou por se dever a uma estratégia associada à localização da nossa matéria-prima, à capacidade e apoio da parte da Câmara Municipal de Grândola e também ao facto de estarmos próximos do porto de Sines, uma vez que a nossa empresa tem uma vertente virada para a exportação", explicou.
Cerca de "metade da produção de pinhão" prevista é destinada à exportação, adiantou Pedro Amorim, que detectou, em conjunto com os outros dois sócios da empresa, que a "maioria da matéria-prima" existente em Portugal "era exportada para o estrangeiro para ser processada e, por vezes, novamente vendida a Portugal, com valor acrescentado".
"Decidimos estudar e avaliar este mercado, no sentido de tentar perceber a matéria-prima que existe no nosso país e aproveitar ao máximo o valor no nosso mercado", disse, explicando a aposta no processamento de pinha e de pinhão. Além do fruto, o processo utilizado na fábrica da PineFlavour permite aproveitar as cascas do pinhão e a própria pinha, que será vendida "essencialmente para fábricas de pellets ou para padarias" para ser usada como combustível.
"Estas cascas têm um poder calorífico superior à madeira e acabam por ser apetecíveis para esse tipo de indústrias", esclareceu.
Com capacidade para produzir 500 quilos de miolo de pinhão por dia, a unidade fabril, que começou a laboração este mês, deve atingir a "velocidade cruzeiro" dentro de três anos.Os cinco postos de trabalho actualmente criados podem vir a duplicar nos próximos anos, segundo Pedro Amorim, consoante o desenvolvimento do negócio.
Localizada na Zona Industrial Ligeira de Grândola, a nova unidade fabril, com 624 metros quadrados, foi construída com preocupações "ambientais e de consumo", como "o aproveitamento de águas pluviais ou a iluminação led".
Além da área fabril de processamento da matéria-prima, a unidade está equipada com um laboratório para analisar o produto.
Para o presidente da Câmara de Grândola, António Figueira Mendes, o investimento é um exemplo de que "as potencialidades do concelho não se resumem e esgotam nos 45 quilómetros de costa atlântica e na actividade turística".
"É fundamental que saibamos conjugar esforços e tirar partido das inúmeras riquezas do território, nomeadamente da fileira florestal", disse o autarca.