Irão acusa EUA de violação do acordo nuclear e pede reunião internacional
Obama aprovou o prolongamento das sanções. O Presidente iraniano quer saber se pode agir judicialmente contra os EUA.
O Irão pediu este sábado uma reunião da "comissão conjunta" com o grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) sobre a renovação das sanções americanas, que Teerão considera uma violação do acordo sobre o nuclear.
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O Irão pediu este sábado uma reunião da "comissão conjunta" com o grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) sobre a renovação das sanções americanas, que Teerão considera uma violação do acordo sobre o nuclear.
Numa carta à chefe da diplomacia da União Europeia (Federica Mogherini, encarregada da ligação entre o Irão e os 5+1), o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, pediu a reunião devido "à recente acção" dos EUA, segundo a televisão estatal iraniana.
Na quinta-feira, o Presidente americano, Barack Obama, autorizou o prolongamento das sanções do seu país contra o Irão por mais dez anos – medida que tinha sido votada no início de Dezembro pelo Senado.
Os responsáveis iranianos, nomeadamente o Guia Supremo, ayatollah Ali Khamenei, e o Presidente Hassan Rohani, denunciaram esta decisão como "uma violação" do acordo nuclear concluído em Julho de 2015 com as grandes potências – Rohani ordenou mesmo ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para verificar que tipo de acção jurídica poderia ser levantada contra os Estados Unidos.
O acordo entrou em vigor em Janeiro de 2016 e permitiu o levantamento de parte das sanções internacionais contra o Irão.
Teerão respeitou todos os compromissos, segundo as Nações Unidas, e acusa os EUA de atrasarem a normalização das relações económicas entre o Irão e o resto do mundo, nomeadamente as transacções bancárias. Ou seja, para o Irão, os benefícios do acordo que visou impedir que desenvolvesse um programa nuclear que lhe permitisse ter armamento deste género tardam a chegar.
Os EUA suspenderam as sanções relacionadas com a actividade nuclear, mas criaram outras ligadas a violações de direitos humanos, à relação do Irão com o terrorismo no Médio Oriente e ao seu programa de mísseis balísticos. Sanções essas que continuam a estrangular a economia iraniana. Os sectores mais penalizados são o bancário e as indústrias da energia (petróleo) e defesa.