Rangel: ”Grande desafio da Europa para 2017 é reduzir a incerteza”
Eurodeputado deixa críticas ao Governo por ter “falhado dramaticamente” no crescimento económico
O eurodeputado do PSD e vice-presidente Partido Popular Europeu, Paulo Rangel, olha para a Europa como um espaço onde existe uma” grande imprevisibilidade” tendo em conta um conjunto de variáveis geopolíticas e política, e diz que o principal desafio que a Europa tem para 2017 é “reduzir a incerteza” em que está mergulhada.
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O eurodeputado do PSD e vice-presidente Partido Popular Europeu, Paulo Rangel, olha para a Europa como um espaço onde existe uma” grande imprevisibilidade” tendo em conta um conjunto de variáveis geopolíticas e política, e diz que o principal desafio que a Europa tem para 2017 é “reduzir a incerteza” em que está mergulhada.
“Não é apenas um desafio europeu, é um desafio ocidental e global. Com as eleições em França, na Alemanha, na Holanda e, provavelmente, em Itália e as previsíveis mudanças na liderança das instituições europeias, toda a Europa estará num ciclo que só terminará por Outubro Novembro com as eleições na Alemanha”, disse Paulo Rangel.
Em declarações aos jornalistas, antes de participar num debate sobre Europa: Que futuro? patrocinado pelo Partido Popular Europeu, que decorre esta sexta-feira no Palácio da Bolsa, no Porto, Rangel mostrou-se preocupado com as consequências para a Europa do Brexit, da eleição de Donall Trump e do governo italiano. A estas juntou ainda os movimentos populistas.
“Nós não sabemos o que podemos esperar, especialmente com a subida claríssima dos movimentos populistas, ao mesmo tempo temos do Brexit, que terá o seu início de negociação, e, finalmente, Donald Trump, que é o grande factor de imprevisibilidade”, afirmou.
Perante uma plateia com muitos estrangeiros, onde pontuavam empresários, universitários, investigadores, estudantes e líderes de associações, o eurodeputado trouxe para a discussão a falta de iniciativa do Governo português para promover o crescimento económico e declarou: “O Governo português tem falhado dramaticamente a questão do crescimento”, embora “tenha na sua mão instrumentos que podia utilizar para promover o investimento, como é o caso do Plano Juncker”.
“Já que o Governo português não faz nada pelo crescimento, ao menos os deputados europeus, que têm conhecimento da matéria, trazerem aqui o crescimento porque só o crescimento poderá reduzir de alguma maneira a incerteza a que nós estamos sujeitos”, atirou o eurodeputado, afirmando que para Portugal uma quantia de 100 milhões, 200 milhões, 300 milhões era um investimento brutal”.
Questionado sobre o grau de imprevisibilidade em que a Europa está mergulhada e se os actores europeus estão preparados para alguma eventualidade, o ex-líder do grupo parlamentar do PSD foi taxativo: “Não estão preparados para outra coisa. A única certeza que toda a gente tem é a imprevisibilidade e, portanto, eu diria que está toda a gente com um grande plano de contingência porque nunca ninguém sabe o que vai acontecer a seguir”.
Rangel aludiu depois ao “desequilíbrio na correlação de forças dentro da Europa”, perante a perda do “pilar militar e económico” dos Estados Unidos e face à Rússia que está com uma atitude extremamente agressiva”.
Quanto à sustentabilidade do euro, mostra-se mais tranquilo, afirmando que não está em causa. “A prioridade para a Europa é a estabilidade do sistema financeiro”, assinala, admitindo que uma “crise na banca italiana é expectável e que tem de ser rapidamente resolvida porque ela alastrar-se-á a Alemanha e terá um impacto muito, muito sério sobre os países periféricos entre os quais está Portugal, a Grécia e outros”.