Cunha Ribeiro decide responder à juíza sobre suspeitas de corrupção
Antigo presidente do INEM e da ARS de Lisboa e Vale do Tejo esteve a ser ouvido perto de cinco horas. Diligência foi suspensa depois das 19h30 e será retomada nesta sexta-feira.
Luís Cunha Ribeiro, ex-presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, detido terça-feira por suspeitas de corrupção, foi interrogado esta quinta-feira pela juíza de instrução criminal Cláudia Pina durante perto de cinco horas, no Campus da Justiça de Lisboa.
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Luís Cunha Ribeiro, ex-presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, detido terça-feira por suspeitas de corrupção, foi interrogado esta quinta-feira pela juíza de instrução criminal Cláudia Pina durante perto de cinco horas, no Campus da Justiça de Lisboa.
Segundo fonte judicial, o suspeito decidiu falar sobre os factos que lhe são imputados, tendo começado a prestar declarações às 14h45. Já depois das 19h30 o interrogatório foi suspenso e, segundo confirmou ao PÚBLICO a Procuradoria-Geral da República, será retomado esta sexta-feira. O médico irá, por isso, passar mais uma noite no Estabelecimento Prisional anexo à sede da PJ, em Lisboa.
Durante a manhã desta quinta-feira, o advogado de defesa, José Lobo Moutinho, esteve a consultar partes do processo. Só esta sexta-feira é que o Ministério Público deverá propor uma medida de coacção para Cunha Ribeiro, cabendo depois ao seu advogado pronunciar-se sobre isso mesmo. A decisão final fica nas mãos da juíza Cláudia Pina.
O PÚBLICO noticiou esta quinta-feira que a PJ considera existir risco de fuga, de continuação da actividade criminosa e de perturbação da investigação, defendendo, por isso, a aplicação da prisão preventiva ao médico. Contudo, esta posição não vincula a procuradora titular do inquérito, Ana Vitorino, que poderá optar por pedir uma outra medida de coacção.
No centro desta investigação está um concurso que, em 2001, deu à Octapharma o monopólio da venda de plasma inactivado (componente do sangue) aos hospitais públicos portugueses, numa altura em que a compra deste produto era feita de forma centralizada no Serviço Nacional de Saúde. Cunha Ribeiro foi presidente do júri do concurso que permitiu àquela multinacional vender plasma inactivado durante vários anos. Os negócios na área do sangue que estão a ser investigados têm o valor de 137 milhões de euros.