União Europeia prolonga sanções à Rússia por mais seis meses
Foi um Conselho Europeu algo confuso. A Ucrânia e Vladimir Putin dividiram e uniram os Vinte e Oito. Theresa May não participa no jantar em que se falará do "Brexit".
A agenda dizia que Rússia, Turquia e Ucrânia, três países que não fazem parte da União Europeia, iriam dominar o Conselho Europeu. Vladimir Putin acabou por ser o centro das discussões, conseguindo arrancar o único consenso a que chegaram os 28 líderes reunidos em Bruxelas. Foi decido manter inalteradas as sanções impostas em 2014 à Rússia, devido ao seu envolvimento no conflito no Leste da Ucrânia.
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A agenda dizia que Rússia, Turquia e Ucrânia, três países que não fazem parte da União Europeia, iriam dominar o Conselho Europeu. Vladimir Putin acabou por ser o centro das discussões, conseguindo arrancar o único consenso a que chegaram os 28 líderes reunidos em Bruxelas. Foi decido manter inalteradas as sanções impostas em 2014 à Rússia, devido ao seu envolvimento no conflito no Leste da Ucrânia.
As sanções, aplicadas depois da queda em 2014 de um avião comercial sobre o território separatista (morreram 289 pessoas), têm vindo a ser prolongadas e vão durar pelo menos até ao fim de Julho de 2017. Visam os sectores estratégicos das finanças, energia e defesa. A medida já era esperada. No início da semana, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, François Hollande, reuniram-se em Berlim para acertar esta posição comum.
Mas a AFP dá conta que mesmo esta decisão gerou alguma divisão, com um grupo de países a fazer pressão pelo prolongamento das sanções e a Itália a pedir o seu alívio, de forma a serem restabelecidos alguns laços empresariais com a Rússia. Putin dividiu os Vinte e Oito em mais um tema. A ideia de novas sanções devido à posição de Moscovo na guerra na Síria, em concreto os brutais bombardeamentos sobre a cidade de Alepo, não teve sequência. Da reunião saíram duras críticas à intervenção russa na Síria, nada mais.
Sobre a Turquia, e a discussão sobre o congelamento das negociações com vista a uma possível adesão, nada transpareceu da reunião. As relações entre as duas partes estão cada vez mais tensas, com o Presidente turco a pressionar Bruxelas e a ameaçar voltar-se para outros aliados (Rússia e China) se a UE não clarificar em breve o que pretende fazer.
A Ucrânia foi um último foco de discórdia, ou pelo menos de confusão. Em cima da mesa estava o acordo de associação UE-Ucrânia, que foi chumbado em referendo pelos holandeses. O Governo de Haia condicionou a ratificação, exigindo que ficasse claro que este acordo de cooperação política, económica e de segurança não abriria a porta à adesão.
"Sim, houve acordo" sobre as condições holandesas, disse o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, à AFP. Logo de seguida, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, disse que não ficou claro se o seu país poderá aprovar o pacote de cooperação.
Oficialmente, o "Brexit" não foi abordado no encontro, pois as negociações para a saída do Reino Unido só começarão depois de Londres notificar oficialmente Bruxelas. O tema foi remetido para um jantar em que a primeira-ministra britânica, Theresa May, não estaria presente, com o objectivo de debater qual será o método das negociações.