China construiu bases militares em águas disputadas

A denuncia já tinha sido feita, mas negada por Pequim. Imagens de satélite mostram a militarização das ilhas Spratly.

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A China instalou armamento anti-aéreo e outras armas nas ilhas artificiais que construíu no Mar do Sul da China, diz um relatório do think-tank americano Center for Strategic and International Studies, que analisou um conjunto de imagens de satélite, que também divulgou.

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A China instalou armamento anti-aéreo e outras armas nas ilhas artificiais que construíu no Mar do Sul da China, diz um relatório do think-tank americano Center for Strategic and International Studies, que analisou um conjunto de imagens de satélite, que também divulgou.

O armamento foi instalado nas seis ilhas artificiais que o Governo de Pequim criou no arquipélago Spratly (no estreito de Taiwan), cuja posse é disputada pelo Vietname e Filipinas.

O think-tank baseou as suas conclusões na comparação de imagens de satélite tiradas em Junho-Julho e em Novembro. Estudos anteriores deste centro tinham concluído que a China estava a construir, ou já tinha construído, pistas de aterragem, aquartelamentos, estações de radar e outras infraestruturas nas ilhas.

Esta notícia surge depois de o Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ter acusado Pequim de estar a construir "um grande complexo militar" no Mar do Sul da China, e de ter feito comentários hostis sobre a política comercial chinesa. Trump também pôs em causa a política oficial americana de reconhecer que só há uma China e que em Pequim está o seu Governo, o que sugere uma quebra em relação à posição oficial de não reconhecer o direito à independência de Taiwan.

A análise do Center for Strategic and International Studies diz que estas estruturas militares mostram que a China "leva muito a sério a defesa das suas ilhas artificiais em caso de conflito no Mar do Sul da China". "Entre outras funções, são a última linha de defesa contra mísseis de cruzeiro lançados pelos Estados Unidos ou outros contra estas bases que em breve estarão operacionais".

Até ao momento, e de acordo com as agência noticiosas internacionais, a China não reagiu à divulgação das imagens e deste relatório. Porém, o Governo chinês, liderado pelo Presidente Xi Jinping, já tinha feito saber que iria usar as ilhas para sua defesa, caso fosse necessário. Isto apesar de ter Xi também negado estar a construir bases militares no disputado Mar do Sul da China — Pequim disputa a posse de várias ilhas com países da região, entre eles também o Japão.

A posição oficial dos Estados Unidos — que tem acordos de defesa com aliados na região — diz que as ilhas artificiais chinesas ameaçam a liberdade de navegação na zona. Um tribunal internacional em Haia considerou que a reivindicação chinesa de posse de algumas ilhas não tem base legal, mas Pequim não aceitou a decisão.