Câmara do Porto quer duas novas áreas empresariais em Campanhã
A Operação de Reabilitação de Campanhã-Estação deverá concretizar-se em dez anos e prevê um investimento de quase 75 milhões de euros, distribuído pela reabilitação do edificado, intervenção no espaço público, desenvolvimento de espaços verdes e a aposta no tecido empresarial.
A Câmara do Porto quer implementar na freguesia de Campanhã duas “fortes áreas empresariais”, aproveitando, num dos casos, as instalações industriais desactivadas no quarteirão composto pelas ruas Justino Teixeira, Godim e Monte da Estação, e, no outro, a Avenida Paiva Couceiro, na marginal do rio Douro. A proposta consta da Operação de Reabilitação Urbana (ORU) Campanhã-Estação, apresentada esta quarta-feira, e que prevê um investimento global de 74,7 milhões de euros numa área de 143 hectares. O prazo de concretização é de dez anos, prorrogável por mais cinco.
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A Câmara do Porto quer implementar na freguesia de Campanhã duas “fortes áreas empresariais”, aproveitando, num dos casos, as instalações industriais desactivadas no quarteirão composto pelas ruas Justino Teixeira, Godim e Monte da Estação, e, no outro, a Avenida Paiva Couceiro, na marginal do rio Douro. A proposta consta da Operação de Reabilitação Urbana (ORU) Campanhã-Estação, apresentada esta quarta-feira, e que prevê um investimento global de 74,7 milhões de euros numa área de 143 hectares. O prazo de concretização é de dez anos, prorrogável por mais cinco.
São várias as acções propostas pelo município para a ORU de Campanhã-Estação, que conta, como não podia deixar de ser, com a construção do Terminal Intermodal como uma das peças-chave do programa. No âmbito da construção do terminal – que está actualmente a concurso – o município prevê também a deslocalização do campo desportivo do Rui Navega e a instalação de um parque de estacionamento sob a estação rodoviária. A par com o desenvolvimento do terminal há muito aguardado, pelos benefícios que poderá trazer nas saídas e entradas do Porto, a autarquia quer também desenvolver um conjunto de acções que favoreçam a mobilidade interna nesta zona Oriental da cidade.
Para isso, é proposta a reestruturação da Rua Pinheiro de Campanhã e o reperfilamento da Rua do Freixo, com a reformulação do nó de articulação com a Pinheiro de Campanhã. Está ainda prevista a abertura de uma nova artéria que articule as avenidas Pinto Bessa e a 25 de Abril e a câmara não descarta a “eventual construção de novas vias em túnel de aproximação ao centro da cidade”, entre outras acções.
Mas as questões de mobilidade estão longe de ser as únicas contempladas pela ORU. Aliás, a maior fatia do investimento previsto – 50,1 milhões de euros – vai mesmo para a reabilitação do edificado, num conjunto de intervenções com vista à “resolução dos graves problemas habitacionais e de salubridade pública, de degradação e abandono do edificado e recomposição dos tecidos urbanos”, enunciava-se na apresentação que decorreu no Espaço Mira, na Rua de Miraflor.
A câmara propõe-se, assim, a reabilitar o edificado da zona da Lomba, bem como Formiga, Agra e China. A possibilidade de reabilitação de ilhas também será contemplada e está prevista uma intervenção nos núcleos habitacionais em frente à estação e na Rua de Justino Teixeira. As zonas da Noeda e Navega também deverão ser intervencionadas e a câmara pretende criar um programa de realojamento de 400 famílias, no prazo de sete anos, com a colaboração do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana e dos proprietários.
As outras áreas contempladas nesta ORU, que deverá passar pelo executivo camarário para que possa ser sujeita a discussão pública, antes de ser aprovada pela assembleia municipal, passam pela criação de espaços verdes articulados naquela zona que abrange parte das freguesias de Campanhã e Bonfim; a criação de uma rede pedonal e ciclável; o desenvolvimento de equipamentos desportivos; e a requalificação do espaço público, infra-estruturas e equipamentos.
A câmara prevê que cerca de 24,6 milhões de euros a investir na zona resulte de um esforço público, ficando 40,3 milhões a cargo do investimento privado. O programa de realojamento, numa parceria público-privada, está orçado em 9,8 milhões de euros.
Com esta ORU, o município traça cinco grandes objectivos, nos quais se incluem a garantia de “habitação condigna a todos os moradores”, “atrair actividades económicas e empresas relevantes, associando uma formação profissional adequada às necessidades do mercado e às características da população desempregada e à procura do 1.º emprego” ou “valorizar as pessoas e apoiar todas as instituições que promovam a educação, o ensino, a saúde, a cultura e desporto”.