João Caetano: “Canto com o ritmo de um percussionista”
Nascido em Macau e há sete anos na banda inglesa Incognito, lança esta terça-feira no Museu do Oriente o seu primeiro disco a solo, às 21h30
Nasceu em Macau, a 26 de Agosto de 1989, e na infância ouvia todo o tipo de música portuguesa: “Desde Amália Rodrigues a Zeca Afonso, passando por António Variações, Dulce Pontes, Sérgio Godinho, Vitorino, Rui Veloso, tínhamos esses CD todos em casa e ouvíamo-los diariamente.” Por isso, o disco que João Caetano agora lança em Lisboa, no Museu do Oriente, tem esses sons nas veias. É um EP, que dará lugar ao seu álbum de estreia a solo no primeiro semestre do ano que vem.
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Nasceu em Macau, a 26 de Agosto de 1989, e na infância ouvia todo o tipo de música portuguesa: “Desde Amália Rodrigues a Zeca Afonso, passando por António Variações, Dulce Pontes, Sérgio Godinho, Vitorino, Rui Veloso, tínhamos esses CD todos em casa e ouvíamo-los diariamente.” Por isso, o disco que João Caetano agora lança em Lisboa, no Museu do Oriente, tem esses sons nas veias. É um EP, que dará lugar ao seu álbum de estreia a solo no primeiro semestre do ano que vem.
Começou desde pequeno a tocar percussão, mas estudou violino no Conservatório. “Tinha uns tambores chineses e queria imitar os sons das danças dos leões e do dragão de Macau, não só isso como os panchões no ano novo chinês, todo aquele ritmo e aquele barulho, que é espectacular.” O violino veio depois. “A ideia era estudar um instrumento que me desse acessibilidade a leu uma pauta e que tivesse alma. E o violino era exactamente esse instrumento.”
Aos 18 anos teve uma bolsa para estudar música e foi para o Sul de Inglaterra, para Chichester. “Não queria ir para os Estados Unidos, era muito longe de Portugal, e decidi ficar pelo país mais perto. Mas no intuito de ir para Londres.” Musicalmente, João já tinha uma ideia definida. “Sabia que o que eu queria fazer era música para tocar as massas, seguir o caminho da música pop.” Aos 21 anos, terminado o curso em Chichester, mudou-se para Londres e começou a tocar com nomes como Leona Lewis, Jesse J, Dionne Bromfield, mais tarde Chaka Khan. Um dia, o produtor dos Incognito convidou-o para gravar com Mario Biondi e acabou por ficar na banda, há já sete anos, como percussionista. “Este álbum dos Incognito é o terceiro que eu gravei, mas sob a produção do ‘Bluey’, do líder dos Incognito, já devo ter gravado uns nove a dez álbuns.”
Há quatro anos, João Caetano começou a trabalhar no seu primeiro projecto a solo, que deu agora origem a um EP e vai surgir como álbum durante o primeiro semestre de 2017. “Esta é a primeira vez que vou apresentá-lo ao vivo. Já tenho dez temas gravados, mas estou a escrever mais. Está estruturado, a sonoridade está definida, falta estabilizar os temas.” O EP, com três canções, O poema à minha cidade, Eterno farol e Vale do rossio, foi gravado em grande parte em Inglaterra, nos Livingstone Studios, mas também em Portugal (com “o Ângelo Freire e o Pedro Soares, que são músicos da Ana Moura e grandes amigos meus”) e em Macau, com músicos chineses.
Que música é a sua? “É uma música cheia de ritmo, porque a minha essência como músico é a percussão e a voz, e eu canto com o ritmo de um percussionista. Um pouco no estilo do António Variações, que também tinha uma composição muito rítmica em termos vocais.” Com João Caetano (voz e percussão), estarão no palco do Museu do Oriente, esta terça-feira, às 21h30, os músicos Manuel Rocha, Pedro Pires (guitarras), Pity (baixo), André Silva (bateria), André Dias (guitarra portuguesa), Ricardo Anastácio (viola) e Maria Emília Reis (voz).