Cinemateca vai editar livro dedicado a Alberto Seixas Santos

Volume será lançado a 19 de Dezembro numa sessão especial de homenagem ao cineasta.

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LUÍS RAMOS

A Cinemateca edita ainda este mês um livro sobre o realizador Alberto Seixas Santos, que morreu no sábado, aos 80 anos. A obra estava a ser preparada há vários meses, no seguimento de uma retrospectiva dedicada ao cineasta. O volume será lançado a 19 de Dezembro, às 21h30, numa sessão especial de homenagem a Seixas Santos, que incluirá a projecção do seu filme Gestos & Fragmentos (1982).

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A Cinemateca edita ainda este mês um livro sobre o realizador Alberto Seixas Santos, que morreu no sábado, aos 80 anos. A obra estava a ser preparada há vários meses, no seguimento de uma retrospectiva dedicada ao cineasta. O volume será lançado a 19 de Dezembro, às 21h30, numa sessão especial de homenagem a Seixas Santos, que incluirá a projecção do seu filme Gestos & Fragmentos (1982).

Intitulado Alberto Seixas Santos, o livro apresenta uma biografia e textos sobre os filmes do cineasta, com contribuições de, entre outros, João Bénard da Costa e João Lopes, e reproduz uma longa entrevista feita a Seixas Santos, como contou à agência Lusa a coordenadora da obra, Maria João Madeira.

"Alberto Seixas Santos marcou o cinema e a cultura de cinema deste país desde a década de 60, e fê-lo, porventura, em todos esses campos, exactamente como realizou os seus filmes: actuando nos momentos de viragem e mergulhando nas contradições dos momentos de viragem; vivendo ao limite essas contradições e passando à etapa seguinte", escreve o director da Cinemateca, José Manuel Costa, no texto de abertura do volume.

O mundo de Alberto Seixas Santos, continua José Manuel Costa, "não é apenas mais um dos universos idiossincráticos do nosso melhor cinema, mas algo que se foi situando ao mesmo tempo dentro e fora do horizonte imediato dele, e que, por isso, foi contribuindo para que também nós o pudéssemos ir pensando melhor".

O livro a editar pela Cinemateca inclui ainda uma transcrição editada das apresentações que Alberto Seixas Santos fez de filmes de Jean-Marie Straub e Danièle Huillet na rubrica Histórias do Cinema, que a Cinemateca organizou em 2012.

Cineclubista, realizador, espectador e crítico de cinema, Alberto Seixas Santos deixa uma cinematografia curta de cinco longas-metragens, feitas entre 1975 e 2011, entre as quais Brandos Costumes, às quais se juntam curtas-metragens e os filmes colectivos As Armas e o Povo e A Lei da Terra, ambos dos anos 1970.

Nascido em Lisboa, em 1936, Alberto Seixas Santos estudou História e Filosofia, em Portugal, e Cinema, em Paris e em Londres. É um dos nomes fundadores do Cinema Novo Português, assim como do cineclubismo, tendo dirigido o ABC Cineclube de Lisboa. Também foi professor, durante mais de 20 anos, na Escola Superior de Teatro e Cinema; nos anos 1980, foi director de programas da RTP, responsável pela programação de cinema.