A relevância do jornalismo
O consórcio de jornalistas de investigação Investigate Europe, do qual o PÚBLICO faz orgulhosamente parte, é um serviço público imprescindível.
Surgiram hoje os primeiros resultados de uma investigação internacional às agências europeias que asseguram a segurança das fronteiras externas. Esta investigação, da qual o PÚBLICO faz orgulhosamente parte, reúne jornalistas de oito países europeus que estão desde há três meses a construir o puzzle misterioso das políticas europeias e dos seus decisores em matéria de defesa e segurança das fronteiras externas.
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Surgiram hoje os primeiros resultados de uma investigação internacional às agências europeias que asseguram a segurança das fronteiras externas. Esta investigação, da qual o PÚBLICO faz orgulhosamente parte, reúne jornalistas de oito países europeus que estão desde há três meses a construir o puzzle misterioso das políticas europeias e dos seus decisores em matéria de defesa e segurança das fronteiras externas.
O trabalho deste Investigate Europe revela três dados preocupantes: a promiscuidade existente entre quem define as políticas e quem delas beneficia, o descontrolo executivo de uma Comissão Europeia refém de grupos de interesses poderosos e o preocupante desprezo pela privacidade dos dados individuais dos cidadãos.
As próximas semanas vão mostrar a dimensão deste problema e os próximos meses darão origem a novas investigações que denunciem potenciais conflitos de interesse nos organismos internacionais. É um serviço público imprescindível: a União Europeia só tem a ganhar com um jornalismo que cumpre o seu papel. Hoje, a massa crítica da análise sobre a UE perde-se em grupos de reflexão mais ou menos académicos, enquanto as forças políticas nacionais abusam da simplificação e desinformam activamente os seus eleitores: tudo o que acontece de mau é culpa de Bruxelas, tudo o que acontece de bom é apesar de Bruxelas. Compete à imprensa europeia criar espaços de discussão credíveis que ajudem a UE a não ser um clube fechado de políticas incompreensíveis pelos seus cidadãos. A cooperação entre meios transnacionais, de que este Investigate Europe é um excelente exemplo, é a única forma de permitir a concretização de investigações relevantes.
Só a pressão de uma opinião pública esclarecida e informada pode ajudar a União Europeia a corrigir o caminho em que se tem afastado dos cidadãos. Só a discussão nos fóruns públicos, de que a comunicação social é o melhor exemplo, pode permitir que o Parlamento Europeu e as outras entidades que representam os cidadãos na UE possam actuar em seu nome.
Está em cima da mesa a discussão sobre a importância do jornalismo para o processo democrático. Os NSA Files revelados por Edward Snowden, os Panama Papers e este Investigate Europe são os melhores exemplos do que tem de ser feito para demonstrar a relevância do trabalho jornalístico no mundo em que vivemos. É disto que é feito o nosso compromisso diário com os nossos leitores e com a comunidade em que nos inserimos.