O dia em que a Comic Con cantou com o Stuart de A Teoria do Big Bang
Kevin Sussman foi recebido em apoteose em Matosinhos e revelou que estão a decorrer negociações para a décima primeira temporada da série.
Ao terceiro dia da Comic Con Portugal, as personagens dos diferentes universos da cultura geek convergiram para celebrar o mote “Geek is the new cool” no painel de A Teoria do Big Bang, encabeçado por Kevin Sussman, que interpreta Stuart Bloom na conhecida série da CBS (em Portugal transmitida no AXN White). O actor norte-americano, que se caracteriza como um “nerd genuíno”, foi recebido este sábado de sala cheia na Exponor, em Matosinhos, e começou por descansar os fãs da série ao revelar que a décima temporada poderá não ser a última. “Toda a equipa gostaria de continuar..., para já sabemos que estão a decorrer negociações nesse sentido”, disse.
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Ao terceiro dia da Comic Con Portugal, as personagens dos diferentes universos da cultura geek convergiram para celebrar o mote “Geek is the new cool” no painel de A Teoria do Big Bang, encabeçado por Kevin Sussman, que interpreta Stuart Bloom na conhecida série da CBS (em Portugal transmitida no AXN White). O actor norte-americano, que se caracteriza como um “nerd genuíno”, foi recebido este sábado de sala cheia na Exponor, em Matosinhos, e começou por descansar os fãs da série ao revelar que a décima temporada poderá não ser a última. “Toda a equipa gostaria de continuar..., para já sabemos que estão a decorrer negociações nesse sentido”, disse.
Kevin Sussman aproveitou para levantar o véu sobre o futuro da série, que está na sua décima temporada nos Estados Unidos. “Haverá um paralelo com a mãe do Wollowitz e o bebé dele e da Bernadette, porque até agora temos gravado com o bebé sempre fora de cena e só, por exemplo, ouvindo o seu choro.” Ao longo de toda a série, nunca vimos Debbie Wollowitz em carne e osso, mas a característica voz interpretada por Carol Ann Susí desapareceu quando a actriz morreu inesperadamente em 2014.
Na pele de Stuart há oito anos, Sussman guarda alguns maneirismos da personagem e partilha até a sua experiência como empregado de uma loja de livros de banda desenhada em Nova Iorque, antes de conseguir um lugar na indústria televisiva. “Às vezes, os livros não estão por ordem alfabética [nas gravações], e isso deixa-me doido”, disse o actor, que no momento de questões da plateia liderou um coro a cantar Soft Kitty, a icónica canção de embalar de Sheldon (interpretado por Jim Parsons). A curiosidade dos fãs também foi satisfeita quando anunciou que Batman é o seu super-herói favorito, porque tem tendência a gostar de “histórias mais sombrias”.
Inicialmente convidado para interpretar Barry Kripke, o antagonista de Sheldon na universidade (papel interpretado por John Bowie), Sussman acabou por encarnar o tristonho e solitário Stuart Bloom, que vive apenas para a sua loja e tenta, insistentemente, ser parte do grupo principal. “Ele tem dado dois passos em frente, um para trás, mas não sei se chegará a ser um deles, apenas porque é um elemento tão fundamental da personagem que algo teria de mudar dramaticamente”, refere Kevin Sussman, em entrevista ao PÚBLICO. Quanto ao mau historial de relações amorosas de Stuart, Kevin refere, entre risos, que “se ele algum dia encontrar o amor, definitivamente será o fim da série”.
Com um repertório que passa por séries como Betty Feia e Erva, o actor reconhece que fazer A Teoria do Big Bang mudou a sua posição na indústria. “Sou mais conhecido do que era anteriormente, mas por outro lado sou conhecido especificamente pelo papel de Stuart e tenho de trabalhar mais para não ser colocado numa gaveta”, explica. Segundo o actor, o sucesso da série deve-se “à forma acidental como [Chuck Lorre e Bill Prady] criaram uma série que tem tudo”, referindo-se ao elenco, ao bom argumento, ao aspecto cómico do enredo e às temáticas geek abordadas.
Também argumentista, Kevin Sussman reconhece a competitividade actual do mercado da televisão e a dificuldade que seria tentar emular o sucesso de uma sitcom como Big Bang. “Com todos os serviços de streaming como a Netflix, a Amazon e o YouTube, o entretenimento torna-se cada vez mais de nicho; a nossa série começou antes de tudo isso e ainda tem espectadores desse tempo.” Apesar disso, o actor reconhece que a diversidade de programas e produtoras televisivas oferece “mais oportunidades aos actores”, apesar de, “ao mesmo tempo, reduzir os lugares na indústria cinematográfica”. O actor lamenta, contudo, o desaparecimento gradual das comédias produzidas como A Teoria do Big Bang, cujas gravações decorrem com quatro câmaras em simultâneo e com uma audiência ao vivo.
Formado na American School of Dramatic Arts, Kevin Sussman gostaria de completar a sua carreira fazendo mais teatro. À parte disso, continuará a escrever comédia para televisão e a aguardar novidades sobre o destino da série e do desajeitado Stuart.