Autoridades estão atentas a casos de gripe, mas ainda não há epidemia

Direcção-Geral de Saúde afirma que não existe nenhuma epidemia de gripe, mas alertou para o facto de o vírus H3N2 se propagar "com muita facilidade", originando "epidemias grandes".

Foto
Este ano, já foram registadas pela DGS quatro mortes causadas pela gripe. As vítimas são idosos, tinham outras patologias ou não estavam vacinadas Marco Duarte

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) está a monitorizar os casos de gripe em Portugal, embora neste momento não exista qualquer epidemia, garantiu a subdirectora-geral da Saúde, Graça de Freitas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) está a monitorizar os casos de gripe em Portugal, embora neste momento não exista qualquer epidemia, garantiu a subdirectora-geral da Saúde, Graça de Freitas.

"Ainda estamos dentro da actividade basal da gripe, ainda não há epidemia, há casos esporádicos. No entanto, até agora, de facto, os vírus encontrados são H3N2, que são o tipo de vírus mais capaz de se propagar e que dá epidemias mais intensas", declarou Graça de Freitas, à margem de um seminário realizado na Administração Regional de Saúde do Algarve, em Faro.

Segundo a subdirectora-geral da Saúde, o número de casos com este vírus que até agora foram identificados "ainda é muito pequeno" para que as autoridades possam ter a certeza de que o H3N2 venha a ser o vírus dominante nesta época, mas, caso seja, é um tipo de vírus "mais competente" e que se propaga "com muita facilidade", originando "epidemias grandes", alertou. "Os que foram identificados até agora são [H3N2]. Pode acontecer que seja uma época gripal de grande intensidade", afirmou.

Graça de Freiras sublinhou que este é um tipo de vírus que afecta muitas pessoas e, como tal, "a percentagem de pessoas que tem uma doença grave, que é internada ou que morre, acaba por ser proporcional a esse número de pessoas afectadas", recordando que, este ano, já foram registadas pela DGS quatro mortes causadas pela gripe, de um total de dez pessoas internadas em Cuidados Intensivos.

Ressalvou, contudo, que esse número está "dentro do padrão habitual", uma vez que se tratava de pessoas de risco, idosas, com patologias ou que não tinham sido vacinadas.

A subdirectora-geral da Saúde esclareceu ainda que a época gripal dura entre oito a doze semanas, coincidindo, habitualmente, em Portugal, com o final de Dezembro e o início de Janeiro.

A taxa de incidência gripal entre 28 de Novembro e 4 de Dezembro foi de 30 por 100.000 habitantes, com tendência crescente, segundo o Boletim de Vigilância Epidemiológica divulgado esta semana pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge.