Cobie Smulders: “Vivemos um momento interessante em que é possível flutuar entre a televisão e o cinema”
A presença da Robin da série de televisão Foi assim Que Aconteceu foi o ponto alto do segundo dia da Comic Con Portugal. A actriz canadiana diz que não delineia o seu percurso para deliberadamente se demarcar do papel que a tornou famosa
Quem entra no recinto da Comic Con Portugal, na Exponor, em Matosinhos, dá de caras com uma multidão vestida a rigor e preparada para se reencontrar com velhos amigos. Alguns deles cruzaram-se na banda desenhada, outros na grande tela do cinema e outros, ainda, na caixinha mágica que é a televisão. É o caso de Cobie Smulders, conhecida do grande público por interpretar Robin Scherbatsky na série Foi assim Que Aconteceu (How I Met Your Mother no original), transmitida em Portugal na Fox Comedy. Desde então, saltou para o mundo da Marvel no papel da agente Maria Hill e representou ao lado de Tom Cruise no filme de acção Jack Reacher: Nunca Voltes atrás.
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Quem entra no recinto da Comic Con Portugal, na Exponor, em Matosinhos, dá de caras com uma multidão vestida a rigor e preparada para se reencontrar com velhos amigos. Alguns deles cruzaram-se na banda desenhada, outros na grande tela do cinema e outros, ainda, na caixinha mágica que é a televisão. É o caso de Cobie Smulders, conhecida do grande público por interpretar Robin Scherbatsky na série Foi assim Que Aconteceu (How I Met Your Mother no original), transmitida em Portugal na Fox Comedy. Desde então, saltou para o mundo da Marvel no papel da agente Maria Hill e representou ao lado de Tom Cruise no filme de acção Jack Reacher: Nunca Voltes atrás.
Natural de Vancouver, Canadá, Cobie começou a dar os primeiros passos na representação enquanto dividia o seu tempo entre a sua terra natal e os Estados Unidos. Tinha conseguido pequenas participações em séries como Smallville e A Letra L, mas o ponto de viragem chegou aos 22 anos, quando foi escolhida para o papel da jornalista Robin Scherbatsky na série que é considerada por muitos a Friends do século XXI. “Olhando para trás, foi uma oportunidade incrível, porque me ajudou a ser melhor actriz, permitiu-me ficar amiga de pessoas muito criativas e possibilitou o meu primeiro grande contacto com a indústria”, diz em entrevista ao PÚBLICO.
A série Foi assim Que Aconteceu que relatava a vida de um grupo de amigos à medida que iam deparando com os problemas da vida adulta e as emoções a ela adjacentes tornou-se uma sitcom de sucesso, e foi rodada durante nove anos. “Há quem não se sinta realizado em projectos de longa duração como este, mas nunca foi o caso para mim, porque os argumentistas eram muito bons”, explica. O trabalho atrás das câmaras é, aliás, destacado pela actriz canadiana como estando na origem do sucesso da série. “Eu só dizia palavras que outras pessoas com bastante mais piada do que eu tinham escrito. É engraçado ser celebrado por algo que tanta gente ajudou a criar”, refere.
Desde que o último episódio foi para o ar, em Março de 2014, a carreira de Cobie Smulders saltou da televisão para o grande ecrã, primeiro no universo Marvel de Os Vingadores e, mais recentemente, no segundo filme de Jack Reacher. “Quando um projecto destes chega até mim, procuro sempre formas de me desafiar e de fazer algo novo, para que possa melhorar a minha técnica”, diz Cobie. E se trocar a energia e a graça da personalidade de Robin pela garra das personagens destemidas da banda desenhada é uma experiência diferente, a actriz refere que não delineia o seu percurso para deliberadamente se demarcar do papel que a tornou famosa. “Não gosto de fazer sempre a mesma coisa. Fico aborrecida facilmente”, brinca, com uma gargalhada.
Entusiasmante, mas assustador
A série da Netflix Friends from College é um dos mais recentes projectos de Cobie Smulders e ilustra o desejo da actriz em alternar entre as indústrias da televisão e do cinema, como tem feito até agora. “Há 10 ou 20 anos, ou eras actor de televisão ou de cinema. Vivemos um momento interessante em que é possível flutuar entre os dois, especialmente porque a televisão se tem tornado muito inteligente, no sentido de fazer versões mais condensadas das séries”, explica. A actriz elogiou a nova dinâmica do mercado da televisão, exemplificando com a série de oito episódios que gravou ao longo de três meses: “Foi como gravar um filme de quatro horas, e acho que isso é atractivo para qualquer actor.”
Quando um elenco assume o compromisso de gravar uma série televisiva, assina um contrato de longa duração que, segundo Cobie Smulders, é “entusiasmante, mas assustador". O desenvolvimento de diferentes métodos para a produção de televisão e a agilização de produtoras como a Netflix, cujas séries têm um número menor de episódios, são vistos pela actriz como um benefício para o trabalho de actores, argumentistas e realizadores. “Ninguém fica exausto, e as narrativas, além de serem muito fortes, são conceptualizadas bem antes de começarmos a filmar”, diz, manifestando a intenção de continuar a viajar entre os dois mundos.
Além de Friends from College, série que tem estreia prevista para 2017, Cobie Smulders começará a gravar um novo filme em Janeiro e estrear-se-á na Broadway em Present Laughter, a comédia semiautobiográfica de Noël Coward.