A casa da menina que tweeta de Alepo foi destruída

A criança síria de sete anos esteve sem conta no Twitter durante algumas horas. Voltou para escrever que está viva, mas lembra que não está a salvo.

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A menina síria de sete anos que deu voz à guerra em Alepo através de uma conta no Twitter e que nos últimos dias teve o seu perfil desactivado está viva, mas foi obrigada a abandonar a casa, disse o pai à AFP.

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A menina síria de sete anos que deu voz à guerra em Alepo através de uma conta no Twitter e que nos últimos dias teve o seu perfil desactivado está viva, mas foi obrigada a abandonar a casa, disse o pai à AFP.

“A nossa casa foi atingida por um bombardeamento”, contou Ghasan al Abed através de uma conversa telefónica. “O exército aproximou-se muito do nosso bairro. Fugimos para outro [bairro] no Leste de Alepo e a família está bem", acrescentou, explicando que “a Internet é muito fraca”.

Depois de a 4 de Dezembro a mãe de Bana al-Abed ter escrito uma mensagem de despedida – “Temos a certeza de que o Exército nos irá capturar agora. Vemo-nos num outro dia, querido mundo. Adeus” –, vários internautas entre os seus mais de 216 mil seguidores especularam sobre os piores cenários e gerou-se a hashtag  #WhereisBana. Mas esta segunda-feira, ao final do dia, a conta foi reactivada e foi publicado um novo tweet. Esta terça-feira, um segundo. “Olá meus amigos, como estão? Eu estou bem. Estou a melhorar sem medicamentos e com demasiadas bombas. Tenho saudades vossas”, assina a criança síria.

A conta, criada em Setembro e verificada pelo Twitter, atraiu a atenção de várias pessoas, incluindo da autora britânica J.K. Rowling, que lhe enviou livros da saga Harry Potter. As publicações são feitas em inglês e acompanhadas com vídeos e imagens recolhidas pela mãe da criança. A 1 de Dezembro, Bana escrevia que estava doente "sem remédios, casa ou água limpa", o que a faria morrer mesmo antes de uma bomba a matar.

Em Outubro, o Presidente sírio acusou a conta, que descreve a rotina de mais de 250 mil sírios, isolados e cercados pela guerra, de ser “um jogo de propaganda, um jogo dos meios de comunicação”, cita a AFP.