Marítimo é passado, derby é futuro. O presente do Benfica é a Champions
"Encarnados" jogam nesta terça-feira na Luz, frente ao Nápoles, a continuidade na Liga dos Campeões.
A semana longa do Benfica começou na sexta-feira e só vai acabar no domingo. Começou com uma derrota na Madeira, frente ao Marítimo, e vai acabar na Luz num derby frente ao Sporting com a liderança do campeonato em jogo. Pelo meio, nesta terça-feira (19h45, RTP1), os “encarnados” decidem o seu destino europeu na recepção ao Nápoles, em jogo da última jornada do Grupo B. Num agrupamento que tem três candidatos para os dois lugares em aberto, as contas do Benfica são simples de fazer: basta fazer o mesmo que o Besiktas em Kiev frente ao Dínamo para chegar pela segunda temporada seguida aos oitavos-de-final. Se fizer pior, cai para a Liga Europa.
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A semana longa do Benfica começou na sexta-feira e só vai acabar no domingo. Começou com uma derrota na Madeira, frente ao Marítimo, e vai acabar na Luz num derby frente ao Sporting com a liderança do campeonato em jogo. Pelo meio, nesta terça-feira (19h45, RTP1), os “encarnados” decidem o seu destino europeu na recepção ao Nápoles, em jogo da última jornada do Grupo B. Num agrupamento que tem três candidatos para os dois lugares em aberto, as contas do Benfica são simples de fazer: basta fazer o mesmo que o Besiktas em Kiev frente ao Dínamo para chegar pela segunda temporada seguida aos oitavos-de-final. Se fizer pior, cai para a Liga Europa.
E até pode perder este jogo, se acontecer o mesmo aos turcos na Ucrânia, mas a última coisa que Rui Vitória quer é ter a equipa a jogar com o que se passa a milhares de quilómetros da Luz. Esse é um erro, diz o técnico “encarnado”, que a equipa não pode cometer. “Se quisermos jogar dois jogos num só, estamos no caminho errado. Dependemos de nós, tal como o Nápoles. Só depois faremos essas contas, não vale a pena distrairmo-nos com isso”, sustenta Rui Vitória. Não entrar para ganhar, na perspectiva do técnico, seria trair a identidade da equipa: “Temos a noção clara do que temos de fazer. Andamos a trabalhar com uma identidade e isso não vai mudar neste jogo.”
Depois de um Outubro só com vitórias, o Benfica teve alguns percalços em Novembro (empates no Dragão e em Istambul) e iniciou Dezembro com um desaire no Funchal. Um dado estatístico desta época que joga a favor dos “encarnados” é que, a cada empate ou derrota, seguiu-se sempre uma vitória. A seguir ao desaire por 4-2 em Nápoles, por exemplo, seguiu-se uma série de seis vitórias seguidas entre várias competições (incluindo o duplo triunfo frente ao Dínamo de Kiev), com 14 golos marcados e apenas um sofrido.
Mas nenhuma destas contas passadas interessa a Rui Vitória. Nem a derrota em Nápoles ou na Madeira (as duas únicas sofridas nesta temporada), e não interessa perspectivar o que irá acontecer no próximo domingo. O que interessa é manter o foco na “final” que vai acontecer nesta terça-feira. “Temos tido um desempenho muito positivo nestes dois anos. Percebemos bem o que é a Liga dos Campeões e vamos jogar no 'red line'. É uma final e vamos disputá-la como tal”, reforça o técnico, que ainda não terá neste jogo o brasileiro Jonas, já a treinar com a equipa, mas ainda sem a condição física ideal para ser opção.
O Nápoles apresenta-se na Luz após uma vitória moralizadora sobre o Inter por 3-0, mas, ao contrário do Benfica, tem tido uma época bastante irregular (apenas quatro vitórias nos últimos 12 jogos em todas as competições) e está bastante longe da liderança da Série A – sexto, com 28 pontos, a oito do líder Juventus. Não terá em Lisboa um dos seus principais goleadores, o polaco Arkadiusz Milik, lesionado desde o início de Outubro, mas continua a ter um grande potencial ofensivo, com jogadores da qualidade de Hamsik, Callejón, Insigne ou Mertens.
É por este potencial ofensivo da ex-equipa de Maradona que Rui Vitória deixa o alerta. O Benfica vai jogar para ganhar, mas não vai entrar em loucuras: “Temos a noção clara do que temos de fazer. Andamos a trabalhar com uma identidade e isso não vai mudar neste jogo. Vai ser um jogo difícil e complicado, mas vamos entrar com uma determinação e convicção grandes. Não podemos ser demasiado atrevidos porque o Nápoles é uma das equipas do 'top-3' de Itália. Amanhã vem aqui discutir o jogo com o Benfica e nós temos de perceber o que temos de fazer."
Tal como Rui Vitória, Maurizio Sarri, o técnico da formação napolitana, diz que o Nápoles vai estar na Luz para ganhar, mesmo sabendo que lhe basta um empate para passar. "Este já é um jogo com aspectos mentais tão condicionantes que, se entrarmos em campo com a convicção que pode chegar o empate, então corremos sérios riscos. Se nos pusermos a pensar no outro jogo, será impossível. Temos de começar o jogo para ganhar o grupo. É com esse pensamento que podemos fazer um jogo normal", explicou Sarri.
Este será o quarto jogo entre Nápoles e Benfica. O último foi em Setembro passado, em que o Benfica saiu derrotado do San Paolo por 4-2. Os dois encontros anteriores aconteceram em 2008 na Taça UEFA, numa eliminatória a atenceder a fase de grupos que começou mal, mas acabou por ser favorável aos “encarnados”. O jogo da primeira mão, no San Paolo, resultou numa vitória napolitana por 3-2, com David Suazo e Luisão a marcarem os golos da equipa então orientada por Quique Flores. Duas semanas depois, na Luz, o Benfica deu a volta à eliminatória, triunfando por 2-0, com golos de José António Reyes e Nuno Gomes.