Derrota milionária e sintomas preocupantes

Benfica segue para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, depois de perder com o Nápoles, naquele que foi o seu segundo desaire consecutivo.

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PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP

Pelo segundo ano consecutivo, o Benfica está nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, mas o que mostrou nesta terça-feira na Luz, frente ao Nápoles, não deve ter deixado Rui Vitória nada tranquilo. Os “encarnados” fecharam a fase de grupos com uma derrota por 2-1 e o segundo lugar no Grupo B, muito ajudados pelo descalabro do Besiktas em Kiev, frente ao Dínamo (perdeu por 6-0). A boa notícia é que o Benfica vai continuar a lutar pelos milhões na Europa, as duas más são a sua segunda derrota consecutiva, depois do que aconteceu no Funchal, e o aparente mau momento que atravessa para enfrentar o derby da liderança do próximo domingo, com o Sporting.

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Pelo segundo ano consecutivo, o Benfica está nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, mas o que mostrou nesta terça-feira na Luz, frente ao Nápoles, não deve ter deixado Rui Vitória nada tranquilo. Os “encarnados” fecharam a fase de grupos com uma derrota por 2-1 e o segundo lugar no Grupo B, muito ajudados pelo descalabro do Besiktas em Kiev, frente ao Dínamo (perdeu por 6-0). A boa notícia é que o Benfica vai continuar a lutar pelos milhões na Europa, as duas más são a sua segunda derrota consecutiva, depois do que aconteceu no Funchal, e o aparente mau momento que atravessa para enfrentar o derby da liderança do próximo domingo, com o Sporting.

Benfica e Nápoles eram duas equipas com o seu destino ligado a uma terceira, o Besiktas, que jogava na longínqua cidade de Kiev. Por isso, ninguém podia arriscar demasiado e ficar à mercê do que os turcos pudessem fazer. Ninguém entrou com tudo, cautelas defensivas e ataques pela certa com pouca gente a avançar. Era essa a receita nos momentos iniciais de benfiquistas e napolitanos. Durante 20 minutos foi o que aconteceu, muita troca de bola a meio-campo, bola para um lado, bola para o meio, bola para o outro lado e de volta ao meio. Não saía muito disto.

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O primeiro sinal de animação no jogo veio das bancadas, com o público a aperceber-se do primeiro golo do Dínamo, aos 11’. No relvado, a equipa de Maurizio Sarri andou perto do golo aos 21’. Marek Hamsik surgiu na grande área benfiquista, ensaiou o remate, Ederson defendeu e Gabbiadini cabeceou para dentro na baliza, mas não foi validado porque estava adiantado no momento do remate inicial do eslovaco. O Benfica respondeu quase de imediato e com duas boas hipóteses de golo: primeiro é Gonçalo Guedes a atirar ao lado após uma jogada de insistência de Jiménez, depois é o próprio mexicano a avançar para a área mas a permitir uma defesa de Reina.

Não se sabe se por efeito do que se passava em Kiev, mas as duas equipas estavam um pouco mais descontraídas e com mais vontade de atacar. E o que ia acontecendo na Ucrânia (quatro golos sem resposta do Dínamo até ao intervalo) esvaziava o jogo da Luz de algum risco de apuramento para Benfica e Nápoles. Jogava-se pelo primeiro lugar do agrupamento, o que, na Champions, não é coisa pouca. Pode bem fazer a diferença numa carreira mais curta ou mais longa na fase a eliminar.

Ainda antes do intervalo, o Nápoles voltou a estar perto de marcar e tal só não aconteceu porque Ederson fechou a baliza “encarnada” aos 35’ — Ghoulam avançou pela esquerda, ultrapassou Nelson Semedo e deixou para Callejón rematar, mas o espanhol só conseguiu fazer o guardião benfiquista brilhar. Logo a seguir, Luisão não teve pernas para acompanhar Gabbiadini, que disparou em direcção à área, mas Ederson voltou a ganhar o duelo.

Nulo ao intervalo na Luz, uma inacreditável humilhação turca (que seria ainda maior) em Kiev, absolutamente inesperada tendo em conta que o Besiktas não perdera nenhum dos seus jogos frente aos dois primeiros do grupo. Com a questão turca completamente arrumada, havia toda uma segunda parte para se decidir quem ficaria na frente. Se tudo ficasse assim, beneficiava o Nápoles, pelos 4-2 no San Paolo, em Setembro.

Os napolitanos entraram na segunda parte com mais disposição de não deixar as coisas pelo zero, aproveitando, sobretudo, o lado direito do seu ataque, onde morava o rapidíssimo Callejón e o pouco rodado André Almeida. O antigo jogador do Real Madrid teve o golo nos pés depois de acorrer a um passe de Insigne aos 48’ (saiu ao lado), mas não falhou aos 60’, em mais uma bela desmarcação após passe do recém-entrado Mertens, picando a bola por cima de Ederson.

Estava desfeito o impasse a favor dos napolitanos, mas estes não abrandaram perante um Benfica com pouco critério atacante e até a mostrar claros sinais de desgaste, principalmente dos seus homens do meio-campo, Pizzi e Fejsa. E foi com naturalidade que os italianos chegaram ao 2-0. Numa excelente jogada individual, Mertens entrou na área, tirou Luisão da frente e não deu quaisquer hipóteses a Ederson.

Vitória foi lançando o que tinha no banco — Rafa foi quem mais mexeu com a equipa, ao contrário de Mitroglou e, sobretudo Carrillo. Jiménez, o mais batalhador do ataque, ainda aproveitou um mau domínio de bola do experiente Albiol para reduzir aos 87’, mas nem todo o apoio da Luz valeu para mais. Os danos europeus acabaram por ser mínimos, mas perder dois jogos seguidos, que só tinha acontecido uma vez na era Rui Vitória, nunca é bom sinal.