Marcelo tem "confiança reforçada" na CGD
Paulo Macedo “tem uma base de apoio mais alargada”, sublinha o Presidente da República, mostrando-se satisfeito com a “transição suave” na administração do banco público.
Marcelo Rebelo de Sousa tem hoje uma “confiança reforçada” na Caixa Geral de Depósitos (CGD) e no seu futuro, não só pela “transição suave” de administrações que diz estar a acontecer, mas sobretudo pelo facto de Paulo Macedo ter “uma base de apoio mais alargada”, graças aos “elogios rasgados” que lhe fizeram “os dois partidos da oposição”, PSD e CDS-PP.
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Marcelo Rebelo de Sousa tem hoje uma “confiança reforçada” na Caixa Geral de Depósitos (CGD) e no seu futuro, não só pela “transição suave” de administrações que diz estar a acontecer, mas sobretudo pelo facto de Paulo Macedo ter “uma base de apoio mais alargada”, graças aos “elogios rasgados” que lhe fizeram “os dois partidos da oposição”, PSD e CDS-PP.
“A solução encontrada é tão competente quanto a anterior e não levanta problemas e discussões como foram a entrega das declarações de rendimentos ao Tribunal Constitucional nem a negociação com o Banco Central Europeu das condições do plano [de recapitalização]”, afirmou o Presidente da República esta segunda-feira de manhã, em Castelo Branco, no arranque da terceira jornada do Portugal Próximo, desta vez na Beira Interior.
Para o chefe de Estado, a transição do Conselho de Administração liderado por António Domingues para a nova equipa de Paulo Macedo está a ser suave, porque foi “muito bem aceite pelos mercados”, e também porque está garantido que “a gestão anterior [será] assegurada pela administração anterior até ao momento da entrada em funções da nova administração”.
“Ainda tem uma vantagem adicional: é que os dois partidos da oposição não esconderam os seus elogios rasgados ao novo presidente do Conselho Executivo”, disse. “Tudo isto reforça a confiança na Caixa e [garante] que no próximo ano se entre com o pé direito, no sentido de aplicar o plano de reestruturação e recapitalização” do banco público, sublinhou.
E insistiu: “A nova solução é tão competente como a primeira e tem uma base de apoio alargada, porque a oposição manifestou um apoio que não tinha manifestado nestes termos tão rasgadas ao presidente executivo então encontrado”.
Sobre os ordenados dos administradores da CGD, aos quais Marcelo não se vai opor lembrou que tem uma posição que já é antiga, “já se aplicou aos anteriores governos e anteriores administrações”, no sentido de discordar dos valores demasiado elevados que têm sido pagos. Mas agora, “o importante não é isso, o importante é termos condições – e temos – para no próximo ano fazermos uma recapitalização pública e privada e uma reestruturação do banco”.
Marcelo Rebelo de Sousa diz continuar a ter a mesma posição, mas relativiza-a face à importância da recapitalização, tal como já fez quando promulgou o decreto-lei do Governo de Agosto que retira a administração da CGD dos limites impostos aos gestores nomeados pelo Estado, retirando-os do estatuto do gestor público, e que deu origem à polémica sobre a entrega das declarações de rendimentos.
“Decide quem pode, e uma vez decidido o importante é o que foi decidido: é uma boa equipa, uma equipa virada para o futuro e logo que tenha luz verde do BCE vai continuar a fazer aquilo que os portugueses querem, resultados, ou seja, a recapitalização”, sublinhou.
Feliz com a Áustria, cauteloso com a Itália
Marcelo mostrou-se também satisfeito com a eleição do Presidente ecologista na Áustria e convicto de que a Itália se manterá, depois das eleições do próximo ano, como “um país muito forte na Europa”.
“Já tive a oportunidade de felicitar o novo Presidente austríaco e vejo com felicidade a vitória daquilo que pode ser considerado a vitória da Europa, de uma posição pró-europeia”, afirmou aos jornalistas.
Quanto a Itália, sublinhou que o que estava em referendo não era a Europa, mas uma revisão constitucional que propunha mudar o sistema político. “O povo italiano decidiu, soberanamente, que não quer mudar. Mas não disse ‘queremos sair do euro ou queremos sair da Europa’, e por isso eu tenho esperança e a convicção de que, nas eleições do ano que vem, se reafirme a vontade da Itália de continuar um grande país europeu, um país fundador da Europa, um país muito forte na Europa”, afirmou o chefe de Estado.