Quem se segue à frente dos destinos de Itália
Diferentes opções de governo provisório correspondem a diferentes perfis. A maioria dos nomes que se debatem são membros do Partido Democrático, com maioria no Parlamento.
Os mais prováveis sucessores de Matteo Renzi, o primeiro-ministro demissionário depois do chumbo da sua reforma constitucional em referendo.
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Os mais prováveis sucessores de Matteo Renzi, o primeiro-ministro demissionário depois do chumbo da sua reforma constitucional em referendo.
Pier Carlo Padoan
O actual ministro da Economia italiano é o candidato mais provável à liderança de um governo “técnico-político”, capaz de levar o executivo “até ao fim da legislatura, em 2018, ao mesmo tempo que se assistirá à campanha eleitoral mais longa da história”, escreve o diário Corriere della Sera. Para Bruxelas, Padoan garante continuidade e a estabilidade económica e financeira possível. A seu favor, o economista de 66 anos tem ainda o facto de não pertencer a nenhum partido. Contra esta opção está um dos mais difíceis encargos que qualquer executivo vai ter: a elaboração de uma nova eleitoral.
Piero Grasso
É aqui que surge o nome do respeitado presidente do Senado, o ex-magistrado anti-máfia Piero Grasso. Um executivo seu seria aquilo que a imprensa italiana chama um governo de “meio alcance”, ou “governo golo” – o golo é a lei que terá de ser aprovada para enquadrar as próximas eleições. A que está actualmente em vigor, aprovada em Julho no Parlamento, foi pensada em complemento da reforma constitucional agora chumbada e deixou de ser viável. Grasso, de 71 anos, tem boas relações com os partidos da oposição e, sendo membro do Partido Democrático, não é “renziano”. Isto pode ser visto como bom por Matteo Renzi, que assim ganharia distância para lançar a sua campanha. Neste cenário, o governo duraria apenas o tempo necessário para fazer aprovar a nova lei.
Graziano Delrio
Delrio (56 anos), ministro das Infra-estruturas e Transportes, surge referido como potencial sucessor de Renzi ao lado de figuras como Dario Franceschini (58 anos), ex-líder do PD, e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paolo Gentiloni (62 anos). Membros com poder no partido de Renzi, que mantém maioria relativa na Câmara dos Deputados, são também mais próximos do primeiro-ministro demissionário do que os referidos antes. Menos Franceschini, que é mais bem visto dentro do partido do que entre a ala pró-Renzi. Seriam sempre líderes de um governo político e menos técnico “puro” – na verdade, esta solução é recusada por diferentes partidos na oposição, já que todos estão de acordo com a urgência da nova lei eleitoral e recusam cenários já experimentados, como o governo liderado por Mario Monti (2011-2013).
Romano Prodi
O antigo líder do centro-esquerda (que uniu católicos e pós-comunistas) e duas vezes primeiro-ministro já disse que não está disponível, mas em Itália estas declarações nunca são levadas completamente a sério. “Il Professore”, economista de 77 anos, seria muito bem visto entre vastos grupos no PD. Tem experiência e credibilidade. Anunciou que votaria “sim” no referendo a poucos dias da consulta.
Emma Bonino
Também se discute a possibilidade de ir buscar a ex-comissária europeia e ex-eurodeputada, reconhecida internacionalmente e capaz de fazer sorrir bastantes apoiantes do Movimento 5 Estrelas, de Beppe Grillo. Por outro lado, Bonino, de 68 anos, que já foi ministra dos Negócios Estrangeiros, não seria fácil de aceitar para os mais próximos de Renzi (que a consideram demasiado radical). Na linha de figuras com peso e mais afastadas da política diária surge o nome do juiz do Tribunal Constitucional e ex-chefe de Governo de 78 anos Giuliano Amato – mais bem visto em alguns sectores do centro-direita do que na própria esquerda.