Porto em projecto europeu para ajudar na formação de alunos em risco de radicalização

Portugal integra o projecto pela "via da formação para a diversidade". Os professores e formadores inseridos no estudo leccionam no Agrupamento Rodrigues de Freitas (escolas Rodrigues de Freitas e de Miragaia), no Porto.

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(escolas Rodrigues de Freitas e de Miragaia)

A Universidade do Porto está a participar num projecto europeu que visa criar ferramentas para os professores e formadores que trabalham com alunos de meios desfavorecidos com "indicadores potenciais da radicalização", que têm dificuldades em finalizar o ensino obrigatório.

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A Universidade do Porto está a participar num projecto europeu que visa criar ferramentas para os professores e formadores que trabalham com alunos de meios desfavorecidos com "indicadores potenciais da radicalização", que têm dificuldades em finalizar o ensino obrigatório.

O projecto "Xeno Tolerance - Supporting VET teachers and trainers to prevent radicalisation" (Xeno Tolerance - Apoio aos professores e formadores de EFP para evitar a radicalização) é orientado para os "actores que trabalham na linha da frente com públicos que estão em "fim da linha" no que diz respeito à sua trajectória escolar", disse à Lusa a coordenadora nacional do projecto, Preciosa Fernandes.

Embora seja um estudo no âmbito da radicalização, Portugal integra-o "mais pela via da formação para a diversidade", não estando "tão vinculado à perspectiva de fundo religioso", acrescentou a professora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), entidade envolvida nesta iniciativa.

A nível nacional, os professores e formadores entrevistados e inseridos no estudo leccionam no Agrupamento Rodrigues de Freitas (escolas Rodrigues de Freitas e de Miragaia), instituição escolhida por ter projectos no âmbito da formação para a diversidade, relacionados com populações migrantes.

Durante as primeiras entrevistas, os profissionais referiam-se a factores de ordem social e cultural dos alunos como os elementos a que a escola e os professores têm de prestar mais atenção.

A orientação sexual, a aparência física, a pobreza e a formação para os valores foram os factores enumerados que mais contribuem para a exclusão, nestes contextos.

"Referenciaram também algumas vulnerabilidades relacionadas com o exercício da própria função, que nem sempre permitem o envolvimento em projectos que informem sobre estas questões", indicou Francisca Costa, bolseira de investigação.

Na segunda etapa do projecto, os parceiros vão desenvolver materiais didáctico-pedagógicos orientados para as questões da diversidade e, especificamente, para a prevenção da radicalização.

Esses materiais vão estar disponíveis em espaço aberto no site do projecto, de modo a constituírem um suporte ao trabalho daqueles profissionais.

Pretende-se que, com recurso a essas ferramentas, os formadores, professores e educadores sejam capazes de ajudar os estudantes a viver e a trabalhar numa sociedade pluralista, de lidar com tensões entre estudantes, de detectar indicadores de radicalização e de identificar jovens em risco.

Agir em fases preventivas, intervir com jovens que necessitam de apoio, construir competências e motivação para o combate à injustiça e contribuir para a criação de um melhor ambiente e resultados de aprendizagem são outros dos objectivos.

Para além de Portugal, estão envolvidas no projecto organizações da França (coordenação geral), da Itália, da Espanha, da Eslovénia, do Chipre, da Roménia, da Bélgica e da Áustria.

Da equipa portuguesa fazem ainda parte as investigadoras da FPCEUP Luiza Cortesão, Ana Mouraz, Eunice Macedo, Fátima Pereira e Sofia Marques da Silva.

Financiado pela Comissão Europeia através do programa Erasmus+, tem a duração de dois anos, finalizando em Setembro de 2017.