Infarmed testa medicamentos para VIH, malária e tuberculose
Autoridade portuguesa renova colaboração com as Nações Unidas. Em programas semelhantes já foram encontrados fármacos para a malária falsificados.
Além de fazer análises regulares aos medicamentos que estão no mercado português, para perceber se cumprem os requisitos de qualidade a que as farmacêuticas se comprometem, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) renovou, na semana passada, um protocolo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento para continuar a analisar fármacos financiados por este organismo internacional, quando há o risco de falta de qualidade ou de falsificações. Em causa estão medicamentos que se destinam a países como Guiné-Bissau, Angola, Chade, Cuba, Irão ou Síria.
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Além de fazer análises regulares aos medicamentos que estão no mercado português, para perceber se cumprem os requisitos de qualidade a que as farmacêuticas se comprometem, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) renovou, na semana passada, um protocolo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento para continuar a analisar fármacos financiados por este organismo internacional, quando há o risco de falta de qualidade ou de falsificações. Em causa estão medicamentos que se destinam a países como Guiné-Bissau, Angola, Chade, Cuba, Irão ou Síria.
Os medicamentos analisados pela autoridade portuguesa são usados para tratar doenças como o VIH, a malária e a tuberculose, explicou ao PÚBLICO Helder Mota Filipe, membro do conselho directivo do Infarmed. Os produtos são comprados pelos países que os vão usar, com o apoio financeiro da Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, naqueles mercados quase nunca há garantia de qualidade e há o risco de aparecem falsificações. Por isso, sempre que os países compram medicamentos com financiamento das Nações Unidas devem enviar amostras para um laboratório seleccionado, como o Infarmed.
Desde 2014, no âmbito do programa da ONU, o Infarmed testou 180 fármacos, sendo 89 deles para o VIH. Nestas análises foram encontrados medicamentos contaminados com impurezas acima do valor legal. Apesar de tudo, ainda não surgiram casos “muito graves”, como noutros programas que o Infarmed tem com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, em que já encontrou comprimidos para a malária e antibióticos complemente adulterados e que não tinham qualquer vestígio da substância activa necessária para a cura.