Três sinais de mudança de política
Nos últimos meses foram várias as medidas, acções e sinais dados pela Comissão em relação a uma mudança de política. O principal protagonista tem sido o comissário francês Pierre Moscovici.
Nos últimos meses foram várias as medidas, acções e sinais dados pela Comissão em relação a uma mudança de política. O principal protagonista tem sido o comissário francês Pierre Moscovici.
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Nos últimos meses foram várias as medidas, acções e sinais dados pela Comissão em relação a uma mudança de política. O principal protagonista tem sido o comissário francês Pierre Moscovici.
Discussão pública com Schäuble – De uma forma muito poucas vezes vista na Europa, o comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, decidiu de forma pública mostrar as suas profundas divergências com o ministro das Finanças de um dos grandes Estados membros. No seu blogue, Pierre Moscovici ataca Wolfgang Schäuble, criticando a aplicação rígida das regras, defendendo a posição de Bruxelas em relação a Portugal e à Espanha e acusando o ministro alemão de apenas querer tirar das mão da Comissão o poder de fiscalizar os orçamentos dos países da zona euro. Schäuble preferiu não animar ainda mais o debate, pelo menos em público.
Regras mais flexíveis - A Comissão, em acordo com o Conselho, já tinham optado por não aplicar sanções financeiras a Portugal e à Alemanha, e no dia em que anunciou a sua avaliação aos orçamentos portugueses, Moscovici anunciou que, não só iria deixar passar a proposta de vários países que não cumpriam rigidamente as regras, como não avançaria com qualquer recomendação de suspensão dos fundos europeus, algo que o comissário Jyrki Katainen tinha dito que era automático, de acordo com as regras.
Ministro das Finanças europeu – Em mais uma provocação a Schäuble, Pierre Moscovici anunciou de forma inédita que a Comissão Europeia passava este ano a fazer uma recomendação concreta para a política orçamental agregada da zona euro e que esta passava por um aumento ligeiro do défice estrutural. O recado para a Alemanha é claro: deve aplicar uma política expansionista. Para completar a provocação, Moscovici fez questão de passar a ideia de que a Comissão se assumia deste modo “como uma espécie de ministro das Finanças da zona euro”.