Science4you consegue, pela primeira vez, metade das vendas no estrangeiro
Empresa de brinquedos prepara entrada nos Estados Unidos em 2017. Lojas em Portugal e Espanha aumentam no período de Natal
Pela primeira vez desde que foi fundada, a Science4you vai conseguir obter metade das vendas fora de Portugal. A empresa de brinquedos científicos fundada por Miguel Pina Martins em 2006 vai chegar ao final deste ano com os mercados internacionais a pesar 50% na facturação e prepara, em 2017, a entrada nos Estados Unidos.
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Pela primeira vez desde que foi fundada, a Science4you vai conseguir obter metade das vendas fora de Portugal. A empresa de brinquedos científicos fundada por Miguel Pina Martins em 2006 vai chegar ao final deste ano com os mercados internacionais a pesar 50% na facturação e prepara, em 2017, a entrada nos Estados Unidos.
“É o peso mais elevado de sempre. As vendas internacionais estão a crescer muito”, diz Miguel Pina Martins, acrescentando que o mercado europeu tem subido. O presidente executivo da Science4you prevê ultrapassar os 16 milhões de euros de vendas este ano, ainda que “tudo dependa do último trimestre”, o mais importante do ano para a empresa de brinquedos já que, só no mercado nacional, vale metade do negócio.
A empresa portuguesa, que produz 100% no mercado nacional, já vende para “quase todos os grandes mercados”, da China à Austrália. No início deste ano fechou a distribuição com nove novos mercados, passando a ter brinquedos em 35 países. Os Estados Unidos são um dos próximos destinos. “Vamos participar na Feira de Brinquedos de Nova Iorque [em Fevereiro] e esperamos continuar a angariar clientes. Fizemos já algumas vendas para lá mas não na dimensão que queremos. Neste momento, estamos a seguir com interesse o que se passa nos EUA, no que toca ao proteccionismo e a aguardar se afecta a indústria dos brinquedos. Em 2017 vamos atacar com força o mercado”, diz Miguel Pina Martins.
A Science4you terá um stand na feira, o que implica um investimento global de 40 mil euros. Para já, as primeiras vendas para os EUA somaram 200 mil euros (com produtos na Amazon e Costco, por exemplo). Para Miguel Pina Martins, é um dos destinos “prioritários”.
“Os dois grandes mercados que, acredito, que terão grande aumento de vendas são a Europa e os Estados Unidos. Para os clientes europeus, a grande vantagem é produzirmos em Portugal, numa altura em que 95% dos brinquedos do mundo são feitos na China. Produzindo aqui conseguimos entregar produto em três dias, quando na China demora um mês”, detalha.
De olho nos coleccionáveis
No ano passado, a Science4you investiu cerca de um milhão de euros numa nova fábrica com capacidade para produzir dois milhões de brinquedos, muito acima da produção conseguida, por exemplo, em 2014, quando saíram das antigas instalações 600 mil produtos. Ao consumidor, os brinquedos chegam por diferentes vias. Das tradicionais lojas de brinquedos, aos hipermercados, até bombas de gasolina ou estações de correios.
Em Portugal e em Espanha já tem 60 lojas, mas cerca de um terço são temporárias, a pensar no período mais forte de vendas, o Natal. Miguel Pina e Martins adianta que, no total, os produtos da marca já estão em 20 mil pontos de venda em todo o mundo, da Tesco ao Harrods.
Mais recentemente, além de brinquedos científicos, a Science4you expandiu-se para os produtos coleccionáveis, uma das grandes tendências do mercado. “Queríamos ter um coleccionável que fosse possível fazer dentro do universo da ciência, o que não é fácil. Fomos buscar estes bichinhos [Fungus Amungus] que, em teoria, são feitos em laboratório. A colecção tem 120 figuras. E como em Portugal temos uma dimensão de mercado relativamente grande temos maior facilidade de colocar as coisas e fazer o teste ao produto para ver se funciona”, conta o empresário.
A Science4you tem 500 trabalhadores nas alturas de maior pico de produção. Em Setembro de 2015 fez um aumento de capital de mais de sete milhões de euros que permitiu a entrada do Millennium Fundo de Capitalização (Millennium BCP) na estrutura accionista, onde já constava a estatal Portugal Ventures. No total, o capital de risco tem 62% do capital e o fundador mantém 30%.