Petição contra visita do Papa "não tira o sono" ao bispo de Leiria/Fátima
O músico Pedro Barroso, o advogado Carlos Tomé e o padre Mário de Oliveira, da Lixa, são algumas das pessoas que promoveram uma petição contra a ida do Papa a Fátima.
O bispo da diocese de Leiria/Fátima, António Marto, desvalorizou este sábado a petição contra a visita do papa ao centenário das aparições. "Não me tira o sono e não me traz novidade nenhuma", disse António Marto.
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O bispo da diocese de Leiria/Fátima, António Marto, desvalorizou este sábado a petição contra a visita do papa ao centenário das aparições. "Não me tira o sono e não me traz novidade nenhuma", disse António Marto.
O bispo remete aquela iniciativa para a "reacção que existiu também em 1917”. "Apenas algo que me deixa curioso é que, 100 anos depois, Fátima continua a incomodar", constatou António Marto, à margem da jornada de abertura do novo Ano Pastoral e Jubilar do Santuário de Fátima.
O músico Pedro Barroso, o advogado Carlos Tomé e o padre Mário de Oliveira, da Lixa, são algumas das pessoas que promoveram uma petição contra a ida do papa a Fátima para credibilizar o milagre de há 100 anos. "Não é uma crítica religiosa, cada um acredita naquilo que acredita, mas é evidente que o milagre é um embuste, uma farsa, uma má encenação com cem anos, tempo já para ter sido desmascarado e que hoje em dia se tornou um negócio",
Francisco deverá estar em Portugal a 13 de maio de 2017, por ocasião do centenário das aparições. Será o quarto papa a visitar Portugal, depois de Paulo VI - 50 anos das aparições -, João Paulo II (12-15 de maio de 1982, 10-13 de maio de 1991 e 12-13 de maio de 2000) e Bento XVI (11-14 de maio de 2010).
O reitor de Fátima, Carlos Cabecinhas, está convencido de que 2017 irá permitir ao santuário chegar "ainda mais longe". "Temos muitos ecos de vários países que se estão a organizar para vir em peregrinação oficial nacional ao Santuário, com os seus bispos e respectivas conferências episcopais", apontou.
Itália, Líbano e República Checa já confirmaram as peregrinações. Para além das peregrinações oficiais, há "muitos outros grupos que já vêm habitualmente e que querem marcar" em 2017 uma presença "ainda mais especial", realçou o reitor do Santuário.
A passagem pelo Pórtico Jubilar, em cortejo processional desde a Capelinha das Aparições até à Basílica da Santíssima Trindade, onde será celebrada a missa neste domingo, assinala o arranque do Ano Jubilar no Santuário", avançou o santuário, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.
O Itinerário do Peregrino propõe um percurso que integra uma passagem pelo Pórtico Jubilar, a oração do rosário na Capelinha das Aparições, a oração pelo papa junto aos túmulos dos pastorinhos, a oração pela paz na capela do Santíssimo Sacramento e a oração jubilar de consagração.
O bispo da diocese de Leiria-Fátima, António Marto, que vai presidir à cerimónia de domingo que assinala o arranque do Ano Jubilar, diz que 2017 será um "tempo favorável para viver mais intensamente a mensagem [de Fátima]". A mensagem, explicou o bispo, apela à misericórdia "entre as pessoas, mas também entre povos", lutando contra a "globalização da indiferença", em que "não se olha para o irmão que está ao lado ou para o conjunto de irmãos obrigados a sair da sua terra à procura de melhores condições de vida". "Os povos e os políticos mostram-se incapazes de responder a estas situações", asseverou, referindo que os fiéis vão até Fátima não apenas para um "compromisso a nível pessoal", mas, sobretudo, para um "compromisso com a justiça e a paz".