Portugueses estão expectantes
Penso que se respira outra confiança em Portugal, que os Portugueses estão agora expectantes, a tentar recuperar a energia necessária para ajudar o país a projectar-se no futuro e para revitalizar a sua auto-estima.
Os dos partidos políticos, os dos clubes de futebol, os confessos religiosos e em geral os ferrenhos de correntes de pensamento ilustram bem o mote “a verdade está nos olhos do proprietário” e entram frequentemente em diálogos estéreis porquanto cada qual entra “à tigre”, só ouve o que o corrobora, e sai confiante com o seu pré(conceito) confirmado e alguma animosidade face à diferença.
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Os dos partidos políticos, os dos clubes de futebol, os confessos religiosos e em geral os ferrenhos de correntes de pensamento ilustram bem o mote “a verdade está nos olhos do proprietário” e entram frequentemente em diálogos estéreis porquanto cada qual entra “à tigre”, só ouve o que o corrobora, e sai confiante com o seu pré(conceito) confirmado e alguma animosidade face à diferença.
Fazem-me lembrar uma conversa com uma cidadã da Macedónia a quem eu perguntei se Sérvios e Croatas agora falavam a mesma língua, ao que ela respondeu “se estão a trabalhar para uma convergência falam realmente a mesma língua; se estão a trabalhar para a clivagem, aí dizem que falam idiomas diferentes, e na verdade não se entendem”.
Este nosso governo conseguiu trabalhar para uma convergência e dar aos portugueses um governo tão coeso quanto o vão permitindo algumas salutares divergências internas de opinião, mas que apesar da crise e de alguns arautos do apocalipse, vai funcionando e permitindo essa diversidade no seu interior.
Conseguiu ainda resistir à tentação de perder tempo e energia a escalpelizar e a denegrir a actuação dos seus antecessores, e soube priorizar a reabilitação emocional e económica do país.
Conseguiu resistir à tentação de manter o país quietinho em coma induzido, e apostou em lhe reconstruir um sentido de identidade, de coesão, de expectativa no futuro e de serenidade.
Conseguiu posteriormente a solidariedade, na generalidade, de um Presidente da República vindo de outras dinâmicas.
Penso que se respira outra confiança em Portugal, que os Portugueses estão agora expectantes, a tentar recuperar a energia necessária para ajudar o país a projectar-se no futuro e para revitalizar a sua auto-estima.
Psicóloga, professora da Universidade de Lisboa