Loulé é o município mais sustentável de 2016. Cascais e Guimarães no pódio
O programa ECOXXI faz a avaliação das autarquias das suas práticas e políticas ambientais em termos de sustentabilidade dos municípios. Apenas 43 autarquias conseguiram passar nos 21 critérios de avaliação.
O município de Loulé, no Algarve, é o mais sustentável de 2016, segundo um índice resultante dos 21 critérios de classificação do programa ECOXXI, que nesta sexta-feira atribui, em Coimbra, bandeiras verdes de sustentabilidade a 43 autarquias.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O município de Loulé, no Algarve, é o mais sustentável de 2016, segundo um índice resultante dos 21 critérios de classificação do programa ECOXXI, que nesta sexta-feira atribui, em Coimbra, bandeiras verdes de sustentabilidade a 43 autarquias.
A lista de municípios mais sustentáveis de 2016 integra, para além de Loulé, também Cascais, Guimarães, Águeda, Lousã e Pombal, autarquias que obtiveram um índice igual ou superior a 80% nos critérios analisados.
O galardão, promovido pela Associação Bandeira Azul da Europa e que comemora 10 anos, destina-se a premiar as boas práticas e políticas ambientais dos municípios portugueses.
Loulé alcançou a pontuação mais elevada em critérios como a promoção da educação ambiental (junto com Vila Nova de Gaia), informação disponível aos munícipes (com Guimarães e Águeda), mobilidade sustentável e na qualidade do ar e informação ao público, onde reparte o primeiro lugar com Torres Vedras.
Cascais destaca-se, entre outros, nos indicadores de áreas classificadas e conservação da natureza e biodiversidade, iguala Guimarães no primeiro posto na produção e recolha selectiva de resíduos urbanos, e lidera, com Valongo, na qualidade dos serviços de águas prestados aos utilizadores. Já Guimarães está no topo, também, no indicador de agricultura e desenvolvimento rural sustentável, a par do Fundão.
Em 2016, foram submetidas 46 candidaturas (mais três do que em 2015) e 93,5% dos candidatos (43 em 46) alcançou índices acima dos 50%, limite para a atribuição da bandeira verde.
"Todos os 46 municípios que participam no ECOXXI merecem, independentemente dos resultados obtidos, ser reconhecidos pela coragem de se proporem a uma avaliação das suas práticas e políticas em termos de sustentabilidade", afirma Margarida Gomes, coordenadora nacional do ECOXXI.
Os cinco indicadores em que os municípios "têm mais dificuldade em pontuar", segundo a associação promotora, são os da qualidade do ambiente sonoro (o melhor é Leiria, seguido de Pombal, ambos no mesmo distrito), gestão e conservação da floresta, ordenamento do território e ambiente urbano, turismo sustentável e cidadania, governança e participação, em que a média da pontuação fica abaixo dos 50%.
No plano oposto, aqueles em que os municípios "têm mais facilidade em pontuar", estão indicadores como a informação disponível aos munícipes, promoção da educação ambiental por iniciativa do município e educação e divulgação da conservação da natureza, que apresentam valores acima dos 70%, atingindo mesmo os 95% na qualidade de água, área em que 14 municípios tiveram a nota máxima.
Na edição de 2016 do programa, quatro municípios candidataram-se pela primeira vez (Alvaiázere, Góis, Valongo e Vila do Bispo). Dois retomaram a candidatura (Arouca e Loures), enquanto Abrantes, Aljezur e Vila Real de Santo António não renovaram a candidatura apresentada em 2015.
No total, desde 2007, os promotores atribuíram 238 bandeiras verdes aos 84 municípios que, ao longo de dez anos, se candidataram ao ECOXXI. Cerca de 60% dos galardões foram atribuídos na região Centro, aquela com mais candidaturas em 2016 (uma em cada três) e que, em conjunto com o Norte, representa mais de metade das candidaturas apresentadas.
Este ano, o Alentejo apenas foi representado por Avis (nove participações totais e nove bandeiras atribuídas) e o Funchal foi igualmente o único representante da Madeira, alcançando o segundo galardão em duas participações. Nos Açores, dos cinco municípios participantes o mais sustentável foi o de Lajes do Pico, com um índice de 71%.
Os 11 totalistas (dez bandeiras em dez edições) são Loulé, Lagos e Tavira (Algarve), Manteigas e Pombal (Centro), Vila Nova de Gaia, Maia, Macedo de Cavaleiros e Bragança (Norte) e Cascais e Torres Vedras (Lisboa e Vale do Tejo).
Já Cantanhede, Caminha e Santo Tirso também fizeram o plano de participações, mas falharam a bandeira verde uma vez e a Mealhada não atingiu o galardão por duas vezes em 10 participações, as mesmas que Albufeira que, no entanto, só logrou ser galardoada duas vezes.
A organização refere que os municípios que apresentaram candidaturas pontuais nos últimos dez anos e não deram seguimento à sua participação "correspondem geralmente a situações de não cumprimento dos objectivos definidos, ou seja, não possuem condições que permitam atingir o índice ECOXXI mínimo" de 50%, que dá direito à bandeira verde.