Morreu a senadora espanhola Rita Barberá, que estava sob investigação
A senadora espanhola Rita Barberá, que foi presidente da câmara de Valência durante 25 anos, morreu na madrugada desta quarta-feira, no hotel Villa Real, situado a alguns metros do Congresso dos Deputados de Madrid, devido a um enfarte. Os paramédicos que receberam uma chamada de urgência às 7h da manhã, e tentaram manobras de reanimação durante meia hora, confirmaram o óbito. Tinha 68 anos.
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A senadora espanhola Rita Barberá, que foi presidente da câmara de Valência durante 25 anos, morreu na madrugada desta quarta-feira, no hotel Villa Real, situado a alguns metros do Congresso dos Deputados de Madrid, devido a um enfarte. Os paramédicos que receberam uma chamada de urgência às 7h da manhã, e tentaram manobras de reanimação durante meia hora, confirmaram o óbito. Tinha 68 anos.
Até há pouco mais de um ano Rita Barberá era a principal referência do Partido Popular (PP) em Valência, a terceira cidade de Espanha, que presidiu durante quase um quarto de século. Nos últimos tempos o seu nome estava envolvido num dos casos de corrupção que abalaram Espanha – o caso Taúla. A senadora estava a ser investigada no âmbito do caso de corrupção e branqueamento de capitais que envolveu o seu partido naquela comunidade autónoma.
Ainda esta semana foi presente ao Supremo Tribunal para ser interrogada por um caso que se tornou público em Janeiro, quando o Ministério Público e a Guarda Civil detiveram 24 pessoas ligadas ao partido de Mariano Rajoy. As suspeitas apontavam para o recebimento de comissões ilegais e contratos públicos na região de Valência.
Mais tarde, em Março, no seguimento da revelação de algumas escutas telefónicas, veio a saber-se que campanhas eleitorais poderiam ter tido contornos de ilegalidade, devido a processos de lavagem de dinheiro. A senadora refutou sempre as acusações, mas o caso acabou por levá-la, a pedido do partido, ao abandono do Partido Popular, em Setembro.
Na actualidade continuava a ser investigada no contexto do caso Taúla. Segundo o El País, na audição desta semana no Supremo Tribunal, voltou a negar a existência de um “saco azul” no PP de Valência, assegurando desconhecer se existiam duas contas correntes, admitindo apenas ter efectuado um donativo de mil euros para a campanha eleitoral, sustentando que o dinheiro nunca lhe foi devolvido, contra o que argumentam as autoridades e o juíz do caso Taúla.
Segundo as autoridades haveria uma rede no PP valenciano que cobrava comissões ilegais pela adjudicação de contratos com orgãos de governo locais. Esse dinheiro servia para financiar campanhas eleitorais e gastos pessoais dos políticos.