Surpresa nas primárias da direita francesa: Fillon é favorito, Sarkozy fora

Antigo primeiro-ministro de Sarkozy, que defende cortes nos gastos do Estado, aparece em primeiro lugar. Ex-Presidente ficou em terceiro. Fillon e Juppé passam à segunda volta.

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Os resultados das primárias do partido Os Republicanos (conservador) trazem uma surpresa: François Fillon ficou em primeiro lugar, afastando o ex-Presidente Nicolas Sarkozy. Este não demorou a reconhecer a derrota e a declarar o seu apoio ao vencedor, seu antigo primeiro-ministro.

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Os resultados das primárias do partido Os Republicanos (conservador) trazem uma surpresa: François Fillon ficou em primeiro lugar, afastando o ex-Presidente Nicolas Sarkozy. Este não demorou a reconhecer a derrota e a declarar o seu apoio ao vencedor, seu antigo primeiro-ministro.

Alain Juppé, ex-primeiro-ministro de Jacques Chirac, ficou em segundo. Segundo os resultados provisórios revelados nesta segunda-feira de manhã, a percentagem de Fillon é de 44,1%, contra 28,6% de Juppé e 20,6% de Sarkozy. Os resultados definitivos serão revelados à hora de almoço desta segunda-feira. 

Segundo Le Monde, a participação nestas primárias terá sido superior a quatro milhões de votantes.

Esta foi a primeira vez que o partido de centro-direita levou a cabo primárias abertas. Os dois vencedores da eleição deste domingo irão defrontar-se na segunda volta, no próximo domingo, e aí será escolhido o candidato a Presidente. Com a esquerda em apuros, a hipótese considerada mais provável é que o candidato deste partido concorra contra Marine Le Pen, da extrema-direita, e que a vença.

Fillon concorreu com uma defesa de cortes na despesa do Estado, especialmente através dos gastos com funcionários públicos. Se estes trabalhassem 39 horas por semana em vez de 35, seria possível cortar 500 mil funcionários em cinco anos e fazer poupanças significativas, defende.

Já Sarkozy defendeu temas caros à Frente Nacional, dizendo por exemplo que deveria haver carne de porco nas cantinas escolares e que, se as crianças muçulmanas não a quisessem, poderiam comer duas doses de batatas.

Juppé contrariou, pelo seu lado, a ideia de “identidade nacional” de Sarkozy apelando a uma “identidade feliz” dos franceses.

"É preciso acalmar o clima que reina hoje em França. A simples palavra ‘muçulmano' suscita uma histeria desproporcionada. Se continuarmos assim, vamos para uma guerra civil", disse Juppé numa entrevista ao Le Monde em Setembro.