Mike Pence vaiado em teatro de Nova Iorque

Vice-presidente eleito dos Estados Unidos da América assistia ao aclamado musical Hamilton.

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Um dos actores do musical dirigiu-se a Mike Pence, apelando à protecção de todos os americanos Chip Somodevilla/Getty Images/AFP

O vice-presidente eleito norte-americano, Mike Pence, foi ao teatro e tornou-se o centro das atenções, ao ser vaiado pelo público e interpelado por um dos actores, que lhe leu uma declaração. O caso aconteceu na sexta-feira, durante uma sessão do aclamado musical Hamilton, em cena no Richard Rogers Theatre, em Nova Iorque. O presidente eleito, Donald Trump, já reagiu, no Twitter, exigindo um pedido de desculpas e afirmando que Pence foi "assediado".

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O vice-presidente eleito norte-americano, Mike Pence, foi ao teatro e tornou-se o centro das atenções, ao ser vaiado pelo público e interpelado por um dos actores, que lhe leu uma declaração. O caso aconteceu na sexta-feira, durante uma sessão do aclamado musical Hamilton, em cena no Richard Rogers Theatre, em Nova Iorque. O presidente eleito, Donald Trump, já reagiu, no Twitter, exigindo um pedido de desculpas e afirmando que Pence foi "assediado".

Aquele que será o vice-presidente de Donald Trump foi vaiado de forma bem audível quando chegou ao teatro e, segundo várias publicações de membros do público no Twitter, citados pela BBC, acabou por se tornar o centro de todas as atenções ao longo da noite, com o elenco e a audiência a reagirem constantemente à sua presença. Um dos membros do público escreveu que houve uma ovação de pé durante três minutos, quando um dos actores do elenco interpretou uma das músicas do espectáculo, directamente voltado para Pence. A letra da música incluía as palavras “A small query for you/What comes next?/You’ve been freed/Do you know how hard it is to lead?” (Uma pequena pergunta para si/O que acontece a seguir?/Foi libertado/Sabe quão difícil é liderar?).

No final de Hamilton, um musical dedicado à vida de Alexander Hamilton, um dos “pais fundadores” dos Estados Unidos da América, Brandon Dixon, um dos actores em palco, dirigiu-se a Mike Pence quando este se preparava para abandonar a sala. Pedindo à audiência que não vaiasse o vice-presidente eleito, referindo que “não há nada para vaiar aqui, senhoras e senhores”, Dixon dirigiu-se ao republicano, dizendo-lhe: “Temos uma mensagem para si, sir, e esperamos que nos ouça.” O actor continuou: “Esperamos sinceramente que este espectáculo o tenha inspirado a defender os valores americanos e a trabalhar para o bem de todos nós. Agradecemos-lhe verdadeiramente por partilhar esta maravilhosa história americana, contada por um grupo diverso de homens e mulheres, de diferentes cores, credos e orientações.”

O texto, que terá sido escrito quando se soube da presença de Pence no teatro, dizia ainda:  “Nós, sir, [somos] a América diversificada, que está alarmada e ansiosa [com a possibilidade] de a nova administração não nos proteger”.

Donald Trump reagiu ao episódio com uma publicação no Twitter em que afirmava: "O nosso maravilhoso futuro vice-presidente foi assediado ontem à noite no teatro, pelo elenco de Hamilton, com as câmaras a disparar. Isto não devia acontecer!". O homem que substituirá Barack Obama na presidência dos Estados Unidos defendeu ainda: "O teatro deve sempre ser um lugar seguro e especial. O elenco de Hamilton foi muito rude ontem à noite para um homem muito bom, Mike Pence. Desculpem-se!".

A reacção não ficou sem resposta e Brandon Dixon, que lera a declaração a Pence, usei também o Twitter para se dirigir a Trump: "Conversar não é assédio, sir. Apreciei [Mike Pence] por parar para escutar".

Hamilton foi criado por Lin-Manuel Miranda, que apoiou a candidata derrotada às presidenciais americanas, Hillary Clinton. A democrata, que perdeu as eleições para Donald Trump a 8 de Novembro, foi uma das figuras proeminentes da política americana a assistir ao aclamado musical, antes de Mike Pence. Outra foi o próprio Presidente Barack Obama, que viu Hamilton no ano passado.

A tensão em relação aos resultados das eleições presidenciais tem-se feito sentir nas ruas de várias cidades norte-americanas e os receios em relação à retórica de Donald Trump não abrandaram com o anúncio dos nomes indicados pelo Presidente eleito para a sua administração, em que o peso de conservadores mais radicais, acusados de racismo e de anti-imigração, está a crescer.