O que dizem os europeus: UE ainda é uma coisa boa, mas está a ir na direcção errada
Barómetro do Parlamento Europeu dá conta de um desencanto crescente entre os europeus, com a maioria a considerar que a sua voz não é tida em conta pelas estruturas da União Europeia.
Um pouco mais de metade dos europeus (53%) continua a considerar que a pertença à União Europeia (UE) é “uma coisa boa”, embora em Portugal esta percentagem desça para 47%, mas são mais ainda (54%) os que consideram que a UE está a ir na direcção errada, um valor que entre os portugueses é de 35% segundo revelam os resultados do Parlemeter, um barómetro realizado pelo Parlamento Europeu.
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Um pouco mais de metade dos europeus (53%) continua a considerar que a pertença à União Europeia (UE) é “uma coisa boa”, embora em Portugal esta percentagem desça para 47%, mas são mais ainda (54%) os que consideram que a UE está a ir na direcção errada, um valor que entre os portugueses é de 35% segundo revelam os resultados do Parlemeter, um barómetro realizado pelo Parlamento Europeu.
As entrevistas para esta sondagem foram realizadas entre Setembro e Outubro, já depois do "Brexit". Curiosamente a percentagem de britânicos que considera a pertença à UE uma “coisa boa” é igual à dos portugueses: 47%. Em 13 dos 28 países da UE este valor fica abaixo dos 50%.
Por comparação ao último barómetro realizado em 2015, tanto a média europeia como os resultados portugueses descem dois pontos no que toca à apreciação da pertença à UE. Em situação oposta está a percepção de que as coisas vão no sentido errado que, num ano, aumentou 13 pontos no conjunto da UE.
Em Portugal manteve-se igual, mas a percentagem dos que dizem não saber ou afirmam que não vai nem na direcção certa, nem na errada é de 42%, uma das maiores registadas. Só o Reino Unido, com 39%, se aproxima de Portugal nestas meias tintas.
O país mais satisfeito com o rumo que está a seguir a União Europeia é a Irlanda, com 50% a dizerem que vai na boa direcção. O mais descontente é a França onde esta percentagem desce para 14%. No conjunto da UE chega também aos 59% os que consideram que a sua voz não conta para nada, um valor que em Portugal sobe para os 66%, o que representa um pulo de sete pontos pro comparação a 2015.
A Grécia, como não é de estranhar, é o país onde mais gente considera que a sua voz não é ouvida na UE. São 87% os que pensam assim. No polo oposto estão os países nórdicos, liderados pela Dinamarca, com 70% a responderem pela positiva.
Para os portugueses, as principais vantagens de pertencer à União Europeia prende-se com o aumento das oportunidades de trabalho (33%) e com o contributo para o crescimento económico (28%). Estes são também os benefícios que recolhem mais votos no conjunto da UE. Quanto aos valores que identificam a UE, metade dos europeus aponta a democracia e a liberdade. Em segundo lugar aparece o euro.
A grande maioria dos europeus (71%) considera ainda que aquilo que os une é mais importante do que o que os separa. Só a Espanha está abaixo dos 60% neste item. O campeão é a Finlândia com 90%, logo seguida por Malta (88%).
Quanto ao papel do Parlamento Europeu, 80% dos portugueses contra uma média de 50% da UE considera que a política prioritária deverá ser a do combate à pobreza e à exclusão social.