Candidato a bastonário pede a tribunal para suspender eleições

Varela de Matos diz que boletins de voto não chegaram a todos os advogados.

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Varela de Matos considera ainda que os candidatos não tiveram direito a tratamento igual e que a sua lista foi discriminada Miguel manso

O candidato a bastonário dos advogados Varela de Matos anunciou ter avançado com uma providência cautelar em tribunal para tentar suspender as eleições, cujo resultado deverá ser conhecido sábado de madrugada.

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O candidato a bastonário dos advogados Varela de Matos anunciou ter avançado com uma providência cautelar em tribunal para tentar suspender as eleições, cujo resultado deverá ser conhecido sábado de madrugada.

Varela de Matos invoca várias irregularidades na votação, que terá lugar durante esta sexta-feira para quem se quiser deslocar à Ordem dos Advogados, mas que decorre desde o passado dia 15 de Outubro na modalidade por correspondência. “Muitos advogados devidamente identificados queixaram-se de não terem recebido os boletins de voto ou de ter recebido apenas boletins para alguns órgãos”, diz o candidato, lamentando que as queixas que apresentou internamente não tenham dado resultado.

“O conselho superior da Ordem dos Advogados foi informado, por escrito, da situação. Requerida a sua intervenção com urgência, demorou quatro dias a declarar-se incompetente para decidir sobre esta temática”, descreve. “Chamado a intervir, o conselho regional de Lisboa declarou que não o faria, excepto se os próprios que não receberam os boletins ou os receberam incompletos se queixassem directamente”.

Varela de Matos considera ainda que os candidatos não tiveram direito a tratamento igual e que a sua lista foi discriminada. Diz que os seus concorrentes – Guilherme Figueiredo, Jerónimo Martins e Elina Fraga, que é bastonária e se recandidata a um segundo mandato – acederam aos endereços electrónicos dos advogados inscritos na Ordem, o que lhes permitiu enviar-lhes propaganda eleitoral, mas que a ele a bastonária recusou fornecê-los. Daí a providência cautelar que anunciou ter interposto no Tribunal Administrativo de Lisboa, no pressuposto de que “ocorreu um conjunto de irregularidades e ilegalidades que podem subverter o resultado das eleições”.

O candidato tem, porém, poucas esperanças que a decisão do tribunal chegue em tempo útil: “Os tribunais funcionam de forma tão morosa!”.